segunda-feira, 30 de julho de 2012

AS VOLTAS QUE O VERÃO DÁ (PARTE II)

Tal como referi no "Post" que aqui inseri em 17 de Julho, p.p., esta é, para mim, a época mais chata do ano para a pratica do btt.
Ontem, aproveitando a benesse que o S. Pedro nos concedeu nas passadas 5.ª e 6.ª feira brindando-nos com umas valentes chuvadas em consequência de trovoadas próprias da época, fomos desentorpecer as pernas para serra da Marofa e zona envolvente.
(Alguns malucos nem esperaram que a chuva parasse!...)
Com a chegada do Verão, na zona da serra da Marofa, os trilhos ficam extremamente secos e ásperos, para já não falar das moscas que são aos milhões, pelo que é zona a evitar em época estival. 
Ontem a ausência de moscas e de poeira foi total e os trilhos, se bem que secos, estavam quase no ponto certo para a pratica da modalidade.

Os carunchos do dia foram:
- Carlos Gonçalves
- Luís Santos (Chapeiro), que está num apuro de forma invejavel.
- Nuno Dias
- Pedro (alemão)
- Pedro Alcides
- Pedro Nuno (o meu "puto" mais novo) que finalmente de férias - merecidas - se juntou ao grupo.
- Tó Condesso
- "Bita" que depois de largos meses a inserir comentários no Blog, finalmente de férias, se juntou ao grupo e nos apresentou a sua nova KTM phinx

Assim, um pouco depois das 7,30 horas já o grupo progredia em direcção ao topo da Marofa, para fazer a famosa Via Sacra no sentido descendente, seguindo-se-lhe os "sobe e desce" sempre alucinantes e vertiginosos das serras da Vieira, da Freixeda e do S. Marcos, indo "desembocar" na E.M. que faz a ligação Penha de Águia - Luzelos/Milheiro, de onde progredimos até Penha de Águia, por onde acedemos pela famosa "picada" da Costa.
 Em Penha de Águia pausa para café e reposição de líquidos.
De Penha de Águia até à Freixeda do Torrão, pela Portela, foi um instante.
A ligação Freixeda do Torrão - Vilar de Amargo foi feita por alcatrão.
Em Vilar de Amargo paragem técnica para reposição de líquidos.
Saindo de Vilar de Amargo por trilho descendente até à Ribeira de Aguiar (seca nesta época do ano), que ultimamente tem andando esquecido mas de rara beleza, em especial a seguir à ribeira, a progressão fez-se em direcção à Quinta de Boais, cujo casario contornámos, seguindo-se-lhe os Picões e Escalhão, onde fizemos a ultima paragem antes de chegar a Figueira, atravessando novamente a Ribeira de Aguiar pela velha ponte romana, bem junto à E.N. 221.
Voltinha extremamente agradável e onde a maioria experimentou as agruras dos trilhos da Marofa. Trilhadelas nas montadas do Luís (que chegou a casa a dar corda aos sapatos), "Bita", Pedro (alemão) e ...
Só sei que quando cheguei a Penha de Águia depositei 3 câmaras de ar num contentor do lixo!.
Pois é meus amigos, para a Marofa não se pode ir a "meio ar". Eu sei que é bem mais confortável etc.etc. só que a víbora ataca sempre! E muitas vezes nas duas rodas em simultaneo!...
Eu gosto de andar por ali com os pneus bem duros, com a pressão sempre acima dos 3,5 bar. Abaixo destes valores não há anti-furo que resista. 
Espero que tenham aprendido a lição!!!
Já agora uma outra nota: As câmaras anti-furo são essenciais e funcionam na perfeição nesta época do ano, pois resolvem os pequenos furos (silvas, espinheiros etc.), mas não as "mordeduras de cobra" ou trilhadelas.
Já no Inverno são completamente desaconselháveis pois a água inibe o funcionamento da "nhanha", mas também como é a época em que praticamente não há furos! ...
Outro pormenor de não menos importância: Os pneus. Os pneus macios (e leves de preferência) funcionam na perfeição. Proporcionam óptima aderência e são extremamente confortáveis ...mas não na Serra da Marofa. Para rolar nesta zona impõe-se sempre algum cuidado na escolha dos pneus: Duros e com as abas laterais bem reforçadas aconselham-se. Os de kevlar são uma óptima solução se bem que um pouco €€€.

Resumo do dia:
Distancia percorrida: 53,2 Km
 Velocidade média (em movimento): 16 Km/h
Acumulado ascendente: 1243 m
Acumulado descendente: 1204 m

Gráfico de altimetria:


Visualização no Google Earth:


























Algumas imagens cedidas pelo Pedro (Alemão)

(O grupo na Serra da Marofa, onde o Luís foi submetido a trabalho suplementar!!!)


(Belo pormenor das montadas em posição de descanso)



(Na zona do S. Marcos - Penha de Águia)


(Descida vertiginosa onde se faz a aproximação à E.M. Penha de Águia - Luzelos/Milheiro - Foto do Nuno Dias)


(O pessoal sujeitando-se a trabalho suplementar)


(O "Bita" também foi submetido a uma sessão de trabalho extra!!!)


 (Mais uma dose de trabalho suplementar junto a Penha de Águia)


(Foto do Nuno Dias)


(O "Bita" observando o desenrolar dos trabalhos!)


(Paragem técnica em Penha de Águia para ingestão de cafeína e reposição de líquidos)



(Nova paragem técnica em Vilar de Amargo, para reposição de sólidos e líquidos)


(Após Vilar de Amargo, hesitando no trilho a seguir!!!...)


(Atravessando a Ribeira de Aguiar, em direcção à Quinta de Boais)


(Grupo atravessando a Ribeira de Aguiar - Foto do Nuno Dias)


(Belo pormenor de fauna local - batráquio expondo-se ao sol)


(Entrando nos "domínios" da Quinta dos Picões - por aqui passa a Transportugal)

(O "Alemão" sobre a Ponte Romana, na Ribeira de Aguiar, após Escalhão)

 (O grupo sobre a Ponte Romana, na Ribeira de Aguiar, após Escalhão)

(No "Xona" tomando o último cai-bem da volta)


domingo, 22 de julho de 2012

VOLTINHA PELA SERRA DA ESTRELA (COVILHÃ - VERDELHOS - POÇO DO INFERNO - TORRE)

Voltinha idealizada pelo "Ninja" e que foi do melhor que tenho feito ultimamente. 

Voltinha que me trouxe à memoria uma outra inesquecível que fiz à uns bons anos atrás com o Zé Carlos, Zé Luís e Zé António (no tempo em que ainda andava de bicicleta). Nessa volta, idealizada pelo Zé Carlos saímos de Valhelhas, atravessámos o Zezere pela velha Ponte Filipina, progredindo pela margem direita do rio em sentido da nascente até Sarzedo, alto de S. Gião, Verdelhos, Poço do Inferno, subindo depois até bem perto da Lagoa Seca (até à casa\abrigo de um amigo que não estava) onde invertemos o sentido, vindo a "desembocar" em Vale da Amoreira e daí, por alcatrão até Valhelhas, onde comemos uns peixinhos do rio e outras iguarias acompanhados por umas "bejecas" num café à beira da E.N., que liga a Belmonte, logo após o cruzamento que nos indica a Guarda e que viríamos a pagar com língua de palmo.
Ou uma outra hilariante (que de hilariante teve pouco) efectuada em 15 de Julho de 2007 com o Oliveira, Nuno, Zé Luís e Eduardo, que viria a dar origem a uma pequena crónica que deixarei no final deste "post".

Mas isto são "estorias" passadas.

Quanto à volta de ontem devo confessar que não estava lá muito entusiasmado, mas reconheço que valeu cada gota de suor largada (e foram muitas).
Companheirismo e camaradagem do melhor.

Ontem (sábado) largámos os lençóis bem cedo, pois zarpámos em direcção à Covilhã pouco passaria das 6,00 horas. Um pouco antes das 8,00 horas já pedalávamos em direcção ao Teixoso, pela E.N. 232, até ao alto de S. Gião, onde entrámos no trilho que nos levaria até à Fonte dos Amieiros e daí até Verdelhos por trilho descendente e algo exigente para as montadas. Descida marcada como PR, com muita pedra solta, a exigir muito das suspensões.
Em Verdelhos aproveitámos para a primeira "bucha" do dia, logo após a casa do guarda (que actualmente funciona como sede do clube de caça local) transpirando, depois, por largos Km até alcançar o Poço do Inferno, onde fizemos uma boa sessão de "crioterapia".

(Preparando as montadas, na Covilhã)



(Em direcção à Fonte dos Amieiros)


(Reabastecendo na Fonte dos Amieiros)

(Descendo em direcção a Verdelhos)


(Descendo em direcção a Verdelhos)


(Verdelhos)


(Subindo em direcção ao Poço do Inferno)


(Apontando na direcção do Poço do Inferno!... Já tínhamos passado no monte ao fundo)


(A caminho do Poço do Inferno)


(No Poço do Inferno)


(Poço do Inferno)

(Lava pés no Poço do Inferno!... Todos experimentámos)



(Sessão de crioterapia!...)

Após a sessão de crioterapia no Poço do inferno e como que adivinhando o que estava a seguir foi trepar a bem trepar em direcção ao Covão da Metade, onde bem perto da Lagoa Seca encontrámos um casal de dinamarqueses que lanchava à beira de um tanque e com quem mantivemos conversação por alguns minutos, tendo eu e o Luís aproveitado para fazer uma nova sessão de "crioterapia" metendo o pezinho no tanque.


(O casal de dinamarqueses pedestrianistas)


(Em direcção ao Covão da Metade com o maciço do vale glaciar do Zêzere ao fundo)



(Pormenor da soberba paisagem do vale glaciar do Zêzere)

(O vale glaciar do Zêzere com Manteigas ao fundo)


(O Covão da Metade ao fundo)


O trilho progrediu até à Nave de Santo António, onde reabastecemos de água  num fontanário que eu desconhecia existir e que, quase de certeza, tem a água mais fresca de toda a Serra e onde aproveitámos para "virar" mais uma "sandocha" de presunto.
A partir daqui a progressão fez-se por alcatrão até à Torre, onde, logo no inicio, o "Ninja" rebentou a corrente, que prontamente consertou. 
Pelo meio ainda encontramos uns parolos de Aveiro, primeiro um depois outro, que se deslocavam em bicicletas de estrada, o último com multi furos na roda da frente.
Ainda tentámos ajudar mas não deu, porque o pneu era assim como que uma espécie de "tubless", com material anti-furo ...
Bem teve que esperar pelo companheiro que foi à Covilhã à procura de material adequado para solucionar a situação.

(Reabastecendo de água na Nave de Santo António)


(Pormenor da paisagem na Nave de Santo António)


(Apreciando a paisagem, à beira da estrada que nos levaria até à Torre)

(A mesma barragem agora visualizada em plano superior, com Unhais da Serra ao fundo)


(Imponente Imagem onde é possível visualizar o caminho que nos traria desde o Poço do Inferno até à Nave de Santo António)


(a Serra com toda a sua imponência)


(o céu é o limite!...)


(Aconchegando o estômago com umas bebidas frescas)


Depois de confortado o estômago e antes de iniciar a descida, de regresso à Covilhã, a rapaziada ainda quis ensaiar a pista de "ski" que estava "fora de serviço" e bastante descuidada, a denotar algum desleixo, e onde se pastoreava um rebanho de cabras.


(Preparando-se para fazer um pouco da pista de ski)


(Cabras na pista!...)


(Rebanho de vacas do outro lado da pista)


Na descida, após a passagem pelas Penhas Douradas e um pouco antes do antigo sanatório deixámos a E.N. 339, flectindo ligeiramente a poente (para os lados de Unhais da Serra) onde acertámos com trilho descendente que nos levaria de volta à Covilhã e de onde se tinha vista privilegiada sobre toda a cova da beira.
Eram cerca das 16,15 quando chegámos à Covilhã.


(Ainda há pastores)


(Vista privilegiada da cova de beira)



(Descendo em direcção à Covilhã)


(Na esplanada onde fomos muito mal atendidos)

Os carunchos do dia foram:

Carlos Gonçalves
Luís Santos (Chapeiro)
Pedro Tondela
Carlos Russo (Ninja)

Resumo do dia:

Distancia percorrida: 82,3 Km
Velocidade média: 13 Km/h
Acumulado ascendente: 2498 m
Acumulado descendente: 2492 m

Gráfico de altimetria:



Pode visualizar ou descarregar o Track aqui


Vídeo elaborado pelo "Ninja"




Para aqueles que tiverem pachorra e tal como referi no inicio deste "Post" deixo uma pequena crónica sobre a minha primeira subida à Torre no dia 15 de Julho de 2007:



"Figueira de Castelo Rodrigo, 17 de Julho de 2007

Na sexta-feira passada, dia 12 de Julho, após convite da CAP, decidi deslocar-me à Guarda a fim de participar numa sessão de apresentação do novo serviço “Visto by CAP”, que teve lugar no NERGA e que mais não era do que a apresentação de um serviço de consultadoria na área de segurança alimentar, nomeadamente na aplicação dos princípios de análise de perigos e do controlo dos pontos críticos, mais conhecido pela sigla HACCP.
A sessão de apresentação, agendada para as 14,30 Horas, começou um nada atrasada e para minha surpresa durou um pouco mais de uma hora.
Juntando o útil ao agradável aproveitei a deslocação para deixar a minha bike no Pirry, para uma breve revisão, nomeadamente ao cubo da roda de trás que já vinha denunciando alguma fadiga.
Como tempo era coisa que não faltava, aproveitei e ainda fui à FIAT encomendar uns “chuventos” para o Panda.
No Pirry, dei de caras com a bike do Nuno meia desmanchada pois não tinha nem roda nem suspensão.
Como a revisão da minha bike ainda estava bastante atrasada aproveitei para “lavar” a vista na montra.
Entretanto fala-se no diabo e…como que por artes mágicas encaro com o Nuno mesmo atrás de mim. Blá, blá, blá e eis que me desafia a alinhar numa subida à Torre (Serra da Estrela) saindo de Valhelhas, atravessando Manteigas, por alcatrão, até lá cima, fazendo, depois, o sentido descendente por terra, pelo Poço do Inferno, até ao local de partida. Proposta deveras aliciante para ser desperdiçada. No Sábado à noite liguei-lhe a confirmar a minha presença bem como combinar o local de encontro. Domingo, pelas 6,00 da matina toca a despertar e … ala que se faz tarde. Um pouco antes das 7,00 já estava na Guarda. Aguardei uns breves minutos dentro do carro pois logo de seguida apareceu o Zé Luís e depois, um nada atrasados, os restantes: O Nuno, Oliveira e o Eduardo. E aí vão eles até Valhelhas…
Confesso que quando saí de casa senti alguma apreensão pois de quando em quando deparava-me com alguns “bancos” de nevoeiro, mas como estamos em Julho…neblina matinal intuía eu…errado como mais adiante se verá.
Chegámos a Valhelhas deveria faltar um quarto de hora para as 9,00. A temperatura andava dentro dos valores para a época…
Bicicletas fora dos suportes, bronzeador nas partes do corpo expostas aos raios UV…não fosse do diabo tecê-las e, lá vão eles em direcção à Serra.
Até Manteigas seguimos em grupo e amena cavaqueira. A subida estava a ser feita a bom ritmo com excepção do Oliveira que bem cedo começou a acusar a falta de ritmo e o sacrificado lá teve que ser o Nuno.
Um pouco antes do Covão d’Metade os três da frente fizemos uma pausa para retemperar forças e tirar uma “bucha” que é como quem diz comer alguma coisa. Não demoramos mais do que uns breves minutos pois o Eduardo começou a sentir os primeiros arrepios (frios, diga-se). Entretanto contactamos o duo atrasado e combinamos encontro junto ao Centro de Limpeza de Neve.
A partir do Covão d’Metade começa a surgir um nevoeiro persistente e um vento, que enquanto nos batia nas costas era um aliado, mas que a partir de certa altura, quando nos começou a fustigar pela frente, se tornou um autentico inimigo. Mas a vontade de chegar lá a cima era enorme…
À medida que subíamos as condições climatéricas iam-se agravando de forma vertiginosa, a tal ponto que, uma vez chegados ao Centro de Limpeza de Neve, o Eduardo e o Zé Luís decidiram não subir mais.
Novo contacto telefónico com o Nuno, desnecessário pois passados alguns minutos, para nossa surpresa, apareceu sozinho…tinha largado o Oliveira!...
Entre muito vento, muito nevoeiro, alguma chuva, muitas hesitações e sei lá que mais…eu e o Nuno decidimos seguir… em frente.
Afinal era para o que vínhamos!
O Eduardo e o Zé Luís inverteram a marcha…
Ainda abordei um “montanhista”, que me pareceu vir do topo da serra e que só a muito custo abriu a janela do carro, a quem perguntei como é que estava o tempo lá por cima.
De imediato fui informado que não vinha da Torre. No entanto, após uma breve troca de impressões, lá nos foi dizendo o que era óbvio: Que o tempo estava horrível. A quem o dizia!
 Mas o olho clínico do Nuno não deixou quaisquer dúvidas:
- Não reparastes que na chapa de matrícula estava escrito Algés?
Palavras para quê!
Confesso que nesta altura do campeonato senti algum receio em seguir até lá cima, mas as palavras, encorajadoras e bem humoradas do Nuno, deram-me uma motivação extra e…toca a dar ao pedal…
Um pouco antes de chegar ao túnel o tempo melhorou consideravelmente e chegamos mesmo a ver a cor ao sol, ainda que por breves instantes, o que, diga-se, nos deu um novo alento. Mas foi sol de pouca dura!...
Depois foi de loucos: nevoeiro completamente cerrado, não se via um palmo à frente do nariz…o vento era às rajadas e a chuva acompanhava-nos de forma persistente. Ainda nos cruzamos com um grupo de caminheiros, que fazia o percurso no sentido inverso ao nosso, que só aos gritos se conseguia manter em contacto.
A partir de certa altura, confesso que perdi a noção do tempo e da distância.
A muito custo lá conseguimos chegar à Torre. Exaustos mas eufóricos. Ali chegados eis-nos a correr em direcção às lojas de artesanato. A sede… e o apetite apertavam: Duas sanduíches de presunto e outras tantas de queijo, acompanhadas de outras tantas imperiais foram suficientes para acalmar o nosso ímpeto!...
O caricato da situação: Uma vez nas lojas era ver os lojistas sempre solícitos a tentarem-nos impingir quer queijo quer presunto… (que segundo a minha versão teríamos de carregar talvez pendurados ao pescoço…hilariante como se pode imaginar).
Com aquele espírito de boa disposição nem demos pelo passar dos minutos, mas a verdade é que deveremos ter ocupado cerca de meia hora ou talvez um pouco mais.
Encetada a descida e depois de percorridos cerca de 500 metros eis que, para minha total surpresa, aparece o Oliveira completamente exausto e cheio de … apetite (pois fome é uma carência alimentar)!
Lá tivemos que inverter novamente a marcha e fazer-lhe companhia …
Depois de reconfortado o corpo, eis a grande preocupação do Oliveira: Como descer com aquele “briol”? Ainda tentou encontrar um corta-vento junto dos lojistas …mas, depois de muito bajular, o melhor que conseguiu foram algumas folhas de jornal!...
A descida foi feita a uma velocidade vertiginosa. Tanto que com alguma facilidade “dobrávamos” os passeantes de automóvel…
Tal como constava do guião do passeio, decidimos ir até ao Poço do Inferno, aproveitando um estradão de terra, seguindo uma placa identificativa que encontramos à beira da estrada.
Nesta fase do percurso achei extrema piada ao Nuno pois, aparentemente estava-se a comportar como se estivesse farto de bater aqueles trilhos quando na realidade, tal como nós, era a primeira vez que por ali se “passeava”. E eu fui-me apercebendo disso pois a cada cruzamento as hesitações dele eram mais que muitas. A dada altura consegui mesmo identificar parte de um trilho, por onde já tinha andando num passeio anterior (espectacular a todos os níveis e cheio de peripécias, que por serem irrepetíveis não irei esquecer), que ia precisamente dar ao Poço do Inferno e que era pura adrenalina… enquanto que o Nuno pretendia seguir pelo asfalto que surgiu sabe-se lá vindo de onde!
Afinal era eu que estava no caminho certo, como veio a reconhecer mais tarde.
Hilariante foi também a preocupação do Oliveira com um hipotético sobreaquecimento dos travões…
Uma vez chegados ao Poço do Inferno, que por sinal o Oliveira não conhecia, tínhamos duas alternativas: Ou seguíamos por alcatrão até Manteigas ou invertíamos a marcha, por terra, até Vale da Amoreira.
Optamos pela primeira dado o adiantado da hora…"