terça-feira, 28 de outubro de 2014

Senda del Agueda ou GR 14.1 - Ponte dos Franceses


Já calcorreámos tantas vezes este "sendero" que muito pouco há para acrescentar.
Se bem que nunca é igual!
Houve um período que iniciávamos em Figueira C. Rodrigo e terminávamos em Barca de Alva. Ultimamente temos feito este trajecto em circulo: Isto é iniciando e terminando em Figueira.
No entanto reconheço que a opção mais equilibrada é a que termina em Barca de Alva.
Saindo de Figueira e até Barca de Alva serão cerca de 70 Km para um acumulado de subida a rondar os 1400 m. 
Fazendo a volta em circulo, isto é iniciando e terminando em Figueira, nunca serão menos de 90 Km, para um acumulado de subida sempre acima dos 2000 m.
Toda esta  região entalada entre a margem esquerda do rio Agueda e a margem direita do rio Coa, mercê das constantes disputas territoriais entre portugueses e castelhano-leoneses, é riquíssima em património histórico e arquitectónico.
 Território Leonês até finais do Sec. XIII, altura em que foi ocupado e posteriormente reconhecido território português pela assinatura conjunta de D. Dinis, por Portugal, e D. Fernando IV, pelo lado Castelhano-Leonês, em 12 de Setembro de 1297, naquele que ficou conhecido pelo Tratado de Alcanizes, o tratado fronteiriço mais antigo do mundo, ainda em vigor.
Destaco, do lado português, os castelos de Alfaites, Castelo Melhor, Castelo Bom, Castelo Mendo, Castelo Rodrigo, Monforte, Vilar Maior, Sabugal e a fortaleza de Almeida.
Esta GR 14.1 tem o seu inicio imediatamente a seguir à fronteira luso espanhola, na ligação de Escarigo\Figueira C. Rodrigo a La Bouza\Espanha logo após a passagem da ribeira dos Tourões, onde aparecem as primeiras marcas e estende-se por Puerto Seguro, San Felices de los Gallegos, Ahigal de los Aceiteros, Sobradillo, Hinojosa de Duero, La Fregeneda, terminando junto ao cais fluvial de Vega Terrón, foz do Águeda, nas proximidades de Barca de Alva.
Todo o percurso da GR 14.1 está, ainda, integrado no Parque Natural Arribes del Duero.
Em San Felices de los Gallegos, que já foi território português sob o nome de São Félix dos Galegos, merecem visita demorada o castelo, com o seu centro de interpretação e o museu do azeite (lagar del mudo). Lagar de varas, totalmente recuperado, onde se podem ver as tulhas (depósitos de azeitonas), duas grandes varas de prensagem, a caldeira, as tarefas (decantadores e instrumentos de medição etc.) e outros elementos decorativos que constituem, no seu conjunto, um exemplo raro de tipologia similar à dos antigos lagares romanos, que já conquistou um prémio europeu de conservação do património
Aconselha-se uma voltinha pela aldeia pois tem outros pontos de interesse.
Em Sobradillo pode ser visitado o castelo que alberga o Centro de Interpretação del Parque Natural Arribes del Duero.
Em termos de património edificado especial destaque para a Puente de los Franceses, sobre o Agueda,  que ficou a dever o seu nome aos franceses, que durante as invasões Napoleónicas, por aqui alcançaram a fortaleza de Almeida e que pela sua localização não deixa ninguém indiferente.
Destaque, também para a ligação Hinojosa a La Fregeneda onde, após trilho extremamente técnico, temos oportunidade de apreciar a velha ponte ferroviária sobre a Rivera del Froya.
E que dizer da sublime paisagem que nos é exibida durante a descida até Vega Terrón, sobre o Douro? Um regalo para os nossos olhos.

A GR 14.1 é, de facto, um trilho FABULOSO!

Acresce que todo o percurso está (exemplarmente) marcado como GR e tem alternativas para os utilizadores de bicicleta, que podem ou não ser opção, pois o trilho é todo ciclavel.

Um dia bem passado na companhia do Carlos Russo, Pedro Tondela, Pedro Nuno e David Paredes.

Na ligação Vega Terrón\Barca de Alva aconselha-se o uso do passeio pedonal, ribeirinho à foz do Águeda e Douro, que está logo a seguir à ponte internacional rodoviária e ao qual se acede, virando à direita em direcção ao parque de estacionamento, por escadaria de madeira.

Em Barca de Alva surgem duas opções: A EN 332 até Figueira, para os mais fatigados ou o trilho da Transportugal para os duros.

Resumo do dia:

Distancia percorrida: +/- 90 Km
Acumulado de subida: 2063 m
Acumulado de descida: 2017 m
Velocidade média: 14 Km/h

Gráfico de altimetria:



Algumas fotos:



(Rua típica de Ahigal de los Aceiteros, onde normalmente fazemos umas brincadeiras!)


(Descendo em direcção à famosa Puente de los Franceses - rio Águeda)


 (Descendo até à Ponte dos Franceses - Foto de Pedro Tondela)





(subindo em direcção a San felices de los Gallegos - Ponte dos Franceses)


(Ponte dos Franceses - Rio Águeda)


(O grupo em direcção a San Felices de los Gallegos)




(Sobradillo)


(Cruzeiro de Santiago - Sobradillo)



(Aviando uns "pinchos" em Sobradillo)













 (Hinojosa de Duero)



(Marcas)



(Marcas da GR 14 - Senda del Duero)



(Velha ponte ferroviária sobre a Rivera del Froya)




 (O David Paredes em grande estilo)



(La Fregeneda)







(Entrando nos domínios de Valicobo)






(A admirável paisagem sobre Barca de Alva com rio Douro como espelho)



(Fechando o último portão da Quinta)



(Chegando a Barca de Alva)



(Servido no "Cantinho da Cepa Torta)

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

1.ª Meia Maratona Terra do Ferro - Torre de Moncorvo

Já noutras ocasiões tinha andado por estas bandas (ver aqui e aqui) e a vontade de fazer uma incursão pelos trilhos da Serra do Reboredo era muita. Proporcionou-se agora.
Esta meia maratona foi uma iniciativa do Município de Torre de Moncorvo com o apoio dos Bombeiros Voluntários locais, Agrupamento de Escuteiros, Guarda Nacional Republicana, Sabor Douro e Aventura e União de Freguesias de Felgueiras e Maçores.
A fazer fé na informação prestada pelo promotor seriam cerca de 60 os participantes nesta 1ª Meia Maratona BTT Terra do Ferro.
Toda a logística e concentração aconteceu na zona envolvente ao parque de Jogos de S. Paulo, em Torre de Moncorvo, onde, após um pequeno briefing e as boas vindas deixadas pelo Sr. Vice-Presidente da Câmara Municipal, Victor Moreira, um velho conhecido de outras andanças, foi dada a partida.
A organização colocou ao dispor dos participantes dois percursos: Um mais longo, com cerca de 45 km e outro mais curto com perto de 35 Km.
Após uma "voltinha de cortesia" por algumas das principais artérias da vila, o percurso viria a desenvolver-se pela Ecopista do Sabor até ao Larinho, seguindo depois pela envolvente da Serra do Reboredo até às galerias de acesso às minas de ferro (Cabeça da Mua) e éolicas, de onde se obtém vista privilegiada sobre Moncorvo.
Em Felgueiras aconteceu o reabastecimento de sólidos e líquidos, prosseguindo o trilho até Sequeiros, sempre a mirar o Douro e terminando em Torre de Moncorvo.
  Depois de reconfortante banho quente, seguiu-se o almoço\convívio entre todos, onde houve lugar à distribuição de prémios simbólicos a diversos participantes, de que destaco a entrega de um presunto para a equipa mais numerosa e pequenos troféus para os primeiros classificados. A mim tocou-me o prémio da veterania, e que a Organização, fazendo uso de uma linguagem politicamente correcta, titulou de "O mais Experiente", que de bom grado aceitei embora todos ficassem a saber que era o mais "cota" dos participantes!
Destaque especial para a colaboração da GNR na segurança dos participantes. O zelo no atravessamento de Estradas e o esforço desenvolvido pelos dois batedores que a cavalo "varreram" todo o percurso são merecedores de nota máxima.
 
Dia perfeito para a pratica da modalidade com os trilhos a convidarem a andamentos em "red line". 

Toda a envolvente proporciona paisagens de cortar a respiração: A norte o campo de visão estende-se pelo extenso Vale da Vilariça, onde de vez enquanto conseguíamos distinguir o azul proporcionado pelas águas do rio Sabor e a sul destaque para as encostas do Alto Douro Vinhateiro. 
As aldeias de Felgueiras, Açoreira, Sequeiros e de Maçores, observadas do topo da serra, mais parecem pinturas de arte "naif".
Ficou por fazer uma visita às famosas minas de ferro e ao museu sobre a mesma temática. O guia estava lá só que não deu mesmo. 
Ficou gravado o percurso para posterior incursão, com o guia do costume - Carlos Gabriel!
Destaque, também para a paragem "forçada" em Sequeiros, onde fizemos uma boa hidratação à base de "Cergal"!
Caíram que nem ginjas pois o calor apertava! 

As minas de ferro de Moncorvo, a fazer fé em noticias muito recentes, constituem um dos maiores depósitos de ferro da Europa e tudo indica que a exploração se reinicie até final de 2016.

P/ mim a "voltinha" teve de cerca de 45 Km muito intensos feitos na companhia do meu "puto" mais novo e do pessoal de Foz Coa, que, como já vem sendo costume, se revelaram uma óptima companhia.

Por tudo quanto foi dito e do que ficou por fazer vos posso garantir que para o ano lá estarei a participar na 2.ª edição da Meia Maratona de BTT da Terra do Ferro.

Nos (ditos) passeios organizados não transporto a "SONY" que, por norma, me acompanha, pois as organizações têm meios que mais tarde disponibilizam. Do que me viria a arrepender pois perdi uma óptima oportunidade de fotografar momentos irrepetiveis.

Algumas imagens que fui roubando a uns e outros:

(Neblinas matinais no Vale do Douro - Pocinho)


 (O meu dorsal)


(O grupo de Voz Coa\Figueira C. Rodrigo)

(Pelas ruas de Moncorvo)


 (Sempre bem acompanhados pela GNR)








(O meu "puto" em acção!)


(Paragem "forçada" em Sequeiros, para hidratação à base de Cergal)


(O grupo reunido à mesa)


(Entrega de pequeno troféu ao mais "cota")


Podem visular um pequeno video do evento aqui


Gráfico de Altimetria e resumo do dia:

   

Os mais exigentes podem visualizar ou descarregar o TRACK do percurso aqui.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Grande Rota do Vale do Côa - Dia 3

Tal como já referi em "posts" anteriores (aqui e aqui) a GR do Vale do Côa é um projecto promovido pela Associação de Desenvolvimento Territórios do Coa.
A ATN - Associação Transumancia e Natureza foi o parceiro seleccionado para fazer o levantamento, marcação, limpeza e manutenção do trilho bem como a entidade responsável pela sua promoção, dispondo para tal de um orçamento de 78 000,00 €, financiados pelo QREN Centro, no âmbito do programa PROVERE.
O percurso estende-se por cerca de 215 Km, que ligam a nascente à foz do rio Coa (ou vice-versa), atravessando limites territoriais dos municípios raianos do Sabugal, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e ainda dos Municípios de Pinhel e Vila Nova de Foz Coa. 
O trilho pretende mostrar a rica biodiversidade da bacia hidrográfica do Coa, bem como o património histórico, arqueológico e cultural desta região de Riba-Coa.
Apresentado oficialmente ao público nos dias 3, 4 e 5 de Outubro passado pela entidade promotora do projecto.
Para os três dias de programa foram organizados passeios de BTT, que se prolongaram ao longo de toda a rota e ainda caminhadas por trilhos previamente seleccionados.
Do Programa oficial  para o dia 3 de Outubro constou ainda a assinatura de um protocolo de parceria para a manutenção e dinamização futura da Grande Rota do Vale do Côa, com os cinco municípios abrangidos – Sabugal, Almeida, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz  Coa

O último dia do Programa teve o seu términus no Museu do Côa onde foi proporcionado a todos os participantes um lanche\convivio.

Os mais exigentes podem consultar o Programa completo aqui.

Eu apenas participei nas actividades "bttisticas" referentes ao 3.º dia - 5 de Outubro. 

 A parte mais difícil do dia acabaria por ser a alvorada, que aconteceu pelas 6,00 horas (da matina) de forma a poder estar um pouco antes das 7,30 horas junto do pavilhão gimnodesportivo de Pinhel a fim de validar a minha inscrição e efectuar o "transbordo" até à Quinta Nova onde, efectivamente, se deu inicio à etapa do dia.
Para este último dia de Programa apresentaram-se 20 praticantes da modalidade. Um pouco mais do dobro dos dias anteriores.

Andamento bastante lento. O que é comprensivel pois alguns dos participantes já acusavam um acumulado de cerca de 140 Km, referentes aos dias anteriores.

Quanto a paragens:
1.º Reabastecimento - Faia/Azevo - Km 17
2.º Reabastecimento - Algodres - Km 37
3.º Reabastecimento - Castelo Melhor - Km 50

Para além destas mais algumas, de que destaco a paragem forçada em Cidadelhe a fim prestar assistência ao Élio Simões, vitima de queda muito violenta e que lhe viria a custar uma ida ao hospital e uma outra em plena Faia Brava onde o pessoal se entreteve por largos minutos a "britar" amêndoa.

O osso mais duro do dia acabaria por ser a íngreme subida final, imediatamente a seguir à ponte rodoviária junto à foz do rio, e que nos haveria de conduzir até ao Museu do Coa onde termina esta GR do Vale do Coa. Valeu bem o esforço pois a paisagem de que se viria a desfrutar revelar-se-ia altamente compensadora.

Os banhos foram-nos facultados no  pavilhão gimnodesportivo de Vila Nova de Foz Coa.

O "Staf" foi simples e eficaz. Denotou alguma inexperiência e excesso de zelo nalgumas situações, que foi compensando com simpatia contagiante.

Relativamente ao reconhecimento que fiz no passado dia 8 de Julho direi que nada se alterou. As mesmas dificuldades e os mesmos obstáculos. Com excepção para a falta de água que, em consequência do reabastecimento que aconteceu na Faia, desta vez não se fez sentir, tudo o resto se manteve inalterado.
Chegados à E.N. 221\Ponte Coa a opção pelo alcatrão, em direcção a Pinhel, foi uma necessidade.
A foz da Ribeira das Cabras com tempo seco é ultrapassável, mas nos meses mais chuvosos do ano será mesmo para esquecer dada a sua perigosidade.
Após o Km 17,00, na Faia\Azevo (pequeno lugar, com meia dúzia de casas, completamente deserto) o trilho apresentou-se extremamente sujo e num pequeno troço mostrou-se mesmo impraticável devido às silvas que vão tomando conta do mesmo de forma muito intensa.
Na ligação Cidadelhe - Faia Brava aconselha-se o uso da E.M. que liga a Figueira de Castelo Rodrigo, pois o trilho dali até ao rio não é recomendável para "bttistas".
Depois de cruzar o rio entra-se na reserva da Faia Brava onde pode ser observado todo o trabalho desenvolvido pelo promotor - a ATN. Só por isto já vale a pena o passeio. Especialmente recomendável nos meses mais frios do ano.
Após o "reforço" de Algodres e até Almendra fomos encaminhados pelo percurso alternativo da GR que se viria a apresentar bastante desinteressante e que, quanto a mim, apenas serviu para queimar energia e fazer Km.
Saindo de Algodres pelo caminho que conduz à Fonte do Cabeço a opção mais interessante seria seguir sempre em frente, com a bússola a indicar o norte, até acertar novamente com as marcações da GR e por onde se teria que transpor a ribeira do Carrascal (também conhecida por ribeirinha de Almendra), por trilho fabuloso, bastante exigente em termos técnicos e de onde se poderia visualizar e apreciar a soberba paisagem do Vale do Coa  - Quinta da Erva Moira e zonas envolventes aos núcleos de gravuras rupestres da Panascosa e da Ribeira dos Piscos - em direcção a Almendra e posteriormente Castelo Melhor, pelos vinhedos da Quinta do Custódio.
Após o Orgal mais uma vez se aconselha o trilho alternativo que conduz até à ponte rodoviária que cruza o rio junto à foz.

A GR do Vale do Coa é um projecto ambicioso que em muito vem valorizar toda esta região Riba-Cudana, mas os seus promotores têm ainda muito para fazer. As marcações têm que ser revistas. Obrigatoriamente têm que ser sinalizados trilhos alternativos para pedestrianistas e "bttistas". O trilho denota gritante ausência de limpeza.

Se isto não acontecer de nada valem as promoções pois estaremos a vender gato por lebre.

Fazer um levantamento de alojamentos disponíveis ao longo do percurso é outra das prioridades que se impõe.

Aconselho, vivamente, os promotores a percorrerem a GR 14.1 (Sendero do Águeda) entre Escarigo e Barca de Alva, por Espanha e a reparar na sua exemplar marcação.

Algumas imagens deste dia "bttistico" feito em excelente companhia.


(Saindo de Quinta Nova em direcção ao trilho da GR)


(Os primeiros azarados do dia - David Rebelo e Carlos Figueira, que furaram em simultâneo)


(Na EN 221 - Fazendo o desvio)


(Atravessando a foz da Ribeira das Cabras)


(Um pouco antes do 1.º Reabastecimento - Faia\Azevo)


(Em Cidadelhe\Pinhel)


(Entrando nos domínios da "Faia Brava")


(Transpondo as famosas portaleiras, em forma de H, da Faia Brava)


("Britando" amêndoa na reserva da Faia Brava)


(Faia Brava - procurando o tesouro!)


(Na Faia Brava)


(Reabastecimento em Algodres\Figueira C. Rodrigo)


(Fonte do Cabeço - Algodres)


(Ao fundo Castelo Melhor - esta imagem só foi possível devido a um engano no percurso)


(Em Castelo Melhor\Vila Nova de Foz Coa)


(Passagem pelo interior de Orgal\Vila Nova de Foz Coa)


(Sobre o Museu do Coa, com o Douro ao fundo)


(A foto de grupo, sobre o Museu do Coa)