terça-feira, 5 de maio de 2015

Por maus caminhos (GR do Vale do Côa - Desde a nascente até à Miuzela)



Estendendo-se ao longo de 135 Km até ao Douro, de que é afluente, numa orientação sul-norte, o rio Côa tem nascente a NE da Serra da Malcata, a meio caminho entre esta e a Serra da Gata, a uma altitude de 1175 m, no sitio do Lameirão, Fóios, concelho do Sabugal, a uns escassos 200 metros da linha de fronteira com Espanha, nas proximidades do vértice geodésico das “Mezas”, indo desembocar na margem esquerda do Douro, em Vila Nova de Foz Côa..

A Grande Rota do Vale do Côa - da Nascente à Foz é um projecto promovido pela Associação de Desenvolvimento Territórios do Côa, no âmbito do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) Turismo e Património do Vale do Côa, financiado pelo Programa Operacional Regional do Centro.
A Associação Transumância e Natureza ficou responsável pelo levantamento, limpeza, marcação e manutenção do trilho, assim como pelo Plano de Promoção da Grande Rota do Vale do Côa
” (in http://www.atnatureza.org/index.php/projectos-hidder/83-gr-projecto).

O percurso, marcado como GR, estende-se por cerca de 200 Km, que ligam a nascente à foz (ou vice-versa), atravessando limites territoriais dos municípios raianos do Sabugal, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e, mais a interior, de Pinhel e Vila Nova de Foz Côa.

Pelo 2.º ano consecutivo o promotor organizou um passeio de BTT, que ligou a nascente à foz, em três dias.

1.º dia: Nascente do Côa – Míuzela do Côa
2.º dia: Míuzela do Côa – Quinta Nova (Pinhel);
3.º dia: Quinta Nova – Foz do Côa

No ano passado fiz a ligação Quinta Nova – Foz do Côa.
Como andava com alguma curiosidade em fazer um “reconhecimento” à primeira parte do percurso aproveitei a oportunidade inscrevendo-me no primeiro dia, de forma a poder usufruir da logística montada, que incluía a deslocação e transporte para a bicicleta até à nascente. Isto para além de competentes reforços alimentares que nos foram proporcionados.
Contrariamente ao que seria espectável, neste primeiro dia apenas apareceram cerca de 25 participantes, alguns deles repetentes.
O percurso foi, para mim, uma agradável surpresa. Mas a maior surpresa viria a senti-la na envolvente da nascente do rio que, de todo, desconhecia e me encantou. Interessante é também a rapidez com que o rio vai crescendo e "engrossando". Em apenas escassos Km o rio deixa de ser aquele fio de água da nascente e passa a ser o rio Coa tal e qual como estou habituado a vê-lo e a senti-lo.
E, afinal, não fica assim tão longe da minha residência …
Os primeiros Km, até aos Fóios, apresentaram-se algo exigentes em termos técnicos. Mas depois foi desfrutar da bicicleta e da paisagem até à Míuzela.
O trajecto desenvolve-se por ambas as margens do rio, que vamos transpondo pelos tradicionais “passadiços” ou pontões, que provocam sempre algum alvoroço e adrenalina na rapaziada.
Sem dúvida que estas ancestrais passagens são a imagem de marca desta GR.
Contrariamente ao ano passado o trilho apresentou-se sempre limpo e ciclável.
O percurso, sempre muito próximo das margens do Côa, desenvolveu-se inteiramente dentro dos limites do concelho do Sabugal e teve passagem por Fóios, Vale de Espinho, Quadrazais, Malcata, Sabugal, Rapoula do Côa, Seixo do Côa, Valongo do Côa, Badamálos e Míuzela do Côa, onde terminou.
Para além do interesse paisagístico e do elevado potencial “bttistico” toda esta região é rica em gastronomia e é possível “refeiçoar” em grande parte destas localidades, onde o cabrito é rei. Mas também é possível degustar uma boa truta nos Fóios, Vale de Espinho, e Quadrazais (especialmente aqui) ou mesmo no Sabugal.
Os mais bem preparados fisicamente podem dividir a GRVC em duas etapas. A primeira a terminar em Almeida e a segunda até à Foz.
Para os amantes desta actividade é, de facto, do melhor que se pode fazer por terras lusas.

Como a rapaziada destas bandas anda um pouco arredada destas lides "bttisticas" valeu-me o "benjamim" Diogo Bento que, do alto da sua florescente juventude, me fez companhia. 
E que companhia me fez este "puto"

Podem aceder à página oficial da Grande Rota do Vale do Côa aqui

Algumas imagens:





































 P.S. Os mais exigentes podem visualizar ou descarregar o TRACK da GR do Vale do Côa aqui.
Alerto, desde já, que se desvia em muitos pontos das marcas da GR e foi feito de forma a maximizar as potencialidades da bicicleta e do seu tripulante.
Contem, ainda, um desvio assinalado a vermelho que não foi testado.