terça-feira, 22 de novembro de 2016

PENEDO DURÃO 2016



Saindo em direcção a Escalhão (cujos habitantes são apelidados de azeiteiros) e à ribeira de Aguiar, que transpusemos pela velha ponte romana (???) cuja estrutura em pedra granítica, suportada por dois arcos desiguais ligeiramente quebrados, ainda se apresenta em perfeito estado de conservação.
Até Barca de Alva seguimos pela Sapinha, uma espécie de miradouro natural de onde se colhe vista privilegiada sobre o Douro e a foz do Águeda, assim como dos recortes rochosos que se prolongam desde a Ribeira do Mosteiro até ao Penedo Durão, por onde mais tarde haveríamos de passar.

Pela EN 221, em direcção a Freixo de Espada Cinta, de encontro à estrada do Cândedo, paralela à Ribeira do Mosteiro, até alcançarmos a Calçada de Alpajares e o miradouro do Penedo Durão.

Localizado na margem direita do Douro Internacional, no concelho transmontano de Freixo de Espada à Cinta e a pouco mais de 2 Km a nascente da aldeia de Poiares, o miradouro do Penedo Durão parece um local abençoado pela natureza. Sobranceiro à barragem espanhola de Saucelle e à foz do rio Uebra, forma uma autêntica varanda sobre o Douro Internacional.

Do alto deste penhasco quartzítico o horizonte é largo, mas o que aqui sobressai é a colónia de grifos que, aproveitando as correntes de ar quente, nos vão brindando com voos rasantes, muitas das vezes num plano inferior à nossa localização e que nos permite visualizar o seu dorso e a plumagem acastanhada, bem como a sua grande envergadura.
Mais de 2 metros de amplitude de asa …

A progressão faz-se pela cumeada, no sentido poente, até alcançamos o “Assomadouro”.
O “Assomadouro” é um miradouro natural que nos oferece uma vista inolvidável. Ao fundo Barca de Alva e o Douro, cuja margem direita se nos apresentou em tons amarelos próprios do Outono. Mais próximos a estrada do Cândedo, paralela à ribeira do Mosteiro e as quintas durienses, onde prevalece a vinha.

De regresso a Poiares e à Estrada do Cândedo, que alcançámos pela calçada da Santana.

O vale estrutural da Ribeira do Mosteiro, com as suas extraordinárias dobras, alberga as calçadas de Alpajares ou do diabo e da Santana, que no seu conjunto formam uma das mais impressivas paisagens do PNDI - Parque Natural do Douro Internacional.

Até Figueira C. Rodrigo pela EN 221 em “gestão de esforço”!

“Voltinha” que no final do dia se viria a saldar em quase 83 Km, com uns simpáticos 2 100 m de acumulado ascendente.
A que terei ainda de adicionar uma queda logo nos Km iniciais (2016 está a revelar-se um “annus horribilis”) de que resultariam apenas danos materiais - capacete partido. É caso para dizer que a aventura, para mim, começou assim que transpus a porta de casa!...

P.S. Gosto de partilhar estes trilhos e no Domingo passado fi-lo com o Pedro Roque, Pedro Nuno, Pedro Tondela, João Batista, Luís Santos e Rui Sousa.

Algumas imagens:


 (Alto da Sapinha)












(Calçada de Alpajares)


(Calçada de Alpajares)


(Penedo Durão)






(Calçada da Santana)


(Calçada da Santana)











segunda-feira, 14 de novembro de 2016

PELAS CORES DO OUTONO 2016

A serra da Estrela, ano após ano, brinda-nos com um ambiente único, onde as cores outonais se misturam de forma harmoniosa.
No pico do Outono a cordilheira mais alta de Portugal continental veste-se de tons amarelos dourados, laranja, vermelhos e castanhos que se revelam registos de sonho.
São 6,30 horas da manhã e estamos ainda a cerca de duas horas do ponto de encontro, em Manteigas, para mais uma “voltinha” pelo Parque Natural da Serra da Estrela.
O amanhecer que pouco prometia, rapidamente se transformou em mais um daqueles dias óptimos para a prática da modalidade. O nevoeiro e as neblinas matinais desapareceram e acabámos brindados com um dia soalheiro e temperaturas a condizer.
A “voltinha” seria projectada de forma a coincidir com alguns dos cenários mais deslumbrantes da Serra nesta época do ano, com especial enfoque para a Mata de S. Lourenço e margens do Zêzere a jusante de Manteigas.
Saindo de Manteigas pela margem direita do Zêzere, no sentido da corrente, em direcção a Leandres por trilho técnico, que desconhecia e se viria a revelar uma agradável surpresa, até alcançarmos o Skyparque.
Subindo depois até à mata do Fragusto, de encontro ao miradouro da Azinha, de onde se obtém uma vista ímpar sobre todo o Maciço Central e o Vale do Zêzere.
Pelo Corredor dos Mouros, por trilho algo exigente, até à Mata de S. Lourenço, onde as faias imperam e que nesta época do ano se exibem em tons de amarelo dourado, cujas folhas caducas formam autênticos mantos castanhos no solo e sentidos no trilho.
O trilho passa ao lado da Capela de S. Lourenço, localizada imediatamente antes da torre de vigilância da Mata com o mesmo nome e que ainda não tinha visitado. Aconteceu ontem, até mais por iniciativa de um pequeno grupo de companheiros que rolava à minha frente e que segui. A paragem foi muito curta mas ainda deu para ver (de relance) a espectacularidade da panorâmica que oferece, merecedora de uma passada mais demorada!
Da Cruz das Jogadas descemos para o Covão da ponte, progredindo depois em ascendente pela encosta sul do Malhão\Santinha até alcançarmos o "Ti Branquinho" e a nascente do Mondego. Subida longa, com cerca de 15 Km que, embora não tendo declives muito acentuados, se vai mastigando com muita calma e que no final se viria a revelar demolidora, extremamente massacrante para as pernas mas que passará a constar como um dos trilhos de referência desta extensa área.
Paisagem inóspita que pouco tem para exibir: A urze, que lhe confere aquele ondulado de tons verdes e o pasto, em tons de amarelo-palha tão característicos de fim de Verão.
Depois de muito transpirar lá conseguimos alcançar o “Ti Branquinho”, onde nos é servida a melhor “sandes” da Serra.
O regresso à vila de Manteigas é feito pela vertiginosa calçada da Carvalheira, que se viria a apresentar bastante escorregadia mas, como sempre, a proporcionar elevadas doses de adrenalina.

Contornar estes profundos e extensos vales transmite-nos um misto de fascínio e de liberdade, que só a bicicleta permite alcançar.

Voltinha curta mas robusta, a terminar com perto de 61 Km e um acumulado de subida a rondar os 1900 m.

O dia velocipédico terminou na “Casa da Eira” (Largo João José Vitoria Forte, 6230 Pêro Viseu - Tel.: 275 941 180) onde tomámos banho e nos foi proporcionado farto e reconfortante repasto. Altamente recomendável.

Grande Domingo de BTT.

Algumas fotos (para mais tarde recordar):



































































Podem visualizar ou descarregar o TRACK do percurso aqui