segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Outonando!...


De carro, de barco, de comboio, de bicicleta ou a pé, todas estas opções são válidas para (re)visitar o Vale do Douro.
Pode até ser uma viagem sem rumo definido, por algumas das idílicas quintas que povoam o Vale, até há bem pouco tempo subvalorizado.
Pedalar por estes trilhos é uma experiência única. Chega-se aqui, ao alto Douro vinhateiro, património da humanidade e olha-se para os socalcos, esculpidos pela força das máquinas, carregados de vinhedos, onde sobressaem enormes letreiros que as identificam e, de repente, sentímo-nos perdidos.
A bordejar o Parque Arqueológico do Côa, a Quinta da Erva Moira (ou de Santa Maria, como por aqui lhe chamamos) e um pouco mais chegada a Almendra e a Castelo Melhor a Quinta do Custódio. Já na encosta sul do Douro, a Quinta de Castelo Melhor (Dourum).
Confinadas ao rio e à Ribeira de Aguiar as quintas da Ferreirinha: A Quinta da Granja, do Castelo e da Leda, que agora ostentam o topónimo da última.
Em todas elas podemos penetrar e nos envolver.
Sobranceiro ao Douro e delimitado pela Ribeira de Aguiar, localizado num amplo e destacado cabeço impõe-se a Calábria ou monte do Castelo, em cujo topo, aplanado, repousa imponente linha de muralha e derrubes de estruturas de antigo povoado, que ainda não tive coragem para escalar.

Saí de casa sem rota definida. Saí, literalmente, para desfrutar da bicicleta e acabei envolvido numa imensidão de cores outonais em pleno alto Douro vinhateiro!

Podem visualizar ou descarregar o TRACK aqui
 

  










terça-feira, 16 de outubro de 2018

Os efeitos do Leslie (De Almeida a Ciudad Rodrigo, pela GR 80)

Costumo dizer em jeito de brincadeira que não faço turismo na minha aldeia.
E, no entanto, há sempre tanto para ver e fazer!
Assisti ao nascimento da GR 80 em Setembro de 2015 e desde então já a repeti não sei quantas vezes.
E sempre que a faço não paro de me surpreender.
E, pelos vistos, não acontece só comigo, pois se assim fosse, no passado Domingo, não se juntaria a mim uma dúzia de “maluquinhos” do pedal.
Há algo de mágico que nos empurra para estes trilhos que percorrem ambos os lados da fronteira.
A meio da semana alguma apreensão pois as previsões meteorológicas não agouravam nada de bom. As mais pessimistas apontavam para a queda de precipitação em consequência da evolução do furacão Leslie, que atingiria território continental sob a forma de depressão pós-tropical.
E efectivamente com a aproximação da tempestade, na noite de Sábado para Domingo, o vento já se fazia sentir de forma intensa e, na manhã de Domingo, o sibilar provocado pelas rajadas mais intensas parecia não constituir um bom indicador e só a muito custo saí de casa, mais até para não defraudar as expectativas do restante pessoal que por mim aguardava em Almeida.
Manhã que viria a exibir-se bastante fria, com o termómetro a apontar para os 10.ºC, muita nébula e vento moderado, gerador de algum desconforto.
Algum cuidado na projecção da rota, eliminando troços mais monótonos que, quanto a mim, mais não pretendem do que adicionar Km ao track.
Pouco passaria das 8,00 horas quando deixámos a praça forte  de Almeida em direcção a Vale de Coelha e à Ribeira dos Tourões (Toirões, na linguagem popular), que serve de linha de fronteira e separa ambos os Países.
O trilho fomos encontrá-lo cuidado e limpo, bem sinalizado e purgado das deficiências que lhe havia apontado em passagens anteriores tais como a colocação de “mata-burros” junto às porteiras fechadas. Não tivemos que abrir ou saltar uma única que fosse, o que não deixa de ser confortável!
A meio caminho a primeira grande surpresa do dia: Um grupo de “bttistas” do “Grupo de BTT El Pedal” que, sabendo da nossa passagem, pelas redes sociais, decidiu esperar-nos e acompanhar-nos até Ciudad Rodrigo, onde nos proporcionaram uma autêntica “visita-guiada” pelo núcleo monumental da cidade, com especial destaque para a passagem pela zona amuralhada que a envolve.
Percorremos a cidade de uma forma como nunca o havíamos feito.
E ainda nos brindaram com uns divinais “bocadillos”, acompanhados de refrescantes “cañas”, como complemento hidratante.
Impossível esquecer!
Ciudad Rodrigo, declarada conjunto Histórico-artístico, é uma velha praça militar fortificada e as suas imponentes muralhas guardam riquíssimo património de edifícios civis e militares, onde se destaca a catedral e a torre de menagem. No exterior sobressai a velha ponte romana sobre o Rio Águeda e o Mosteiro da Caridade, do Sec. XVI.
Tudo merecedor de demorada visita, que não concretizámos, nem íamos para tal.
No final, em Almeida, ainda tentámos um lanche no “Granitus”, pois o amigo Manuel Rodrigues havia-nos presenteado com umas botelhas de syria “Quinta dos Currais”, colheita de 2016, mas fomos simpaticamente informados que tal não seria possível em virtude de a cozinha estar encerrada.

Lá tivemos que "fazer boca" com uns pastéis de bacalhau e uns rissóis!

Feitas as contas, o saldo viria a revelar-se bem positivo e altamente recomendável, tanto para os nativos como para os forasteiros!

Podem visualizar ou descarregar o TRACK aqui

Algumas imagens:






















Reportagem pelo Júlio Canteiro: