segunda-feira, 28 de maio de 2012

PELO VALE DO COA (ENTRE CINCO VILAS E VALE DE MADEIRA)

Quando me iniciei nesta coisa do btt era bastante usual aventurar-me por estas bandas. 
Vindo de Pinhel, transpunha a Ribeira das Cabras na velha ponte romana prosseguindo depois pela calçada até ao Rio Coa, bem ao fundo de Vale de Madeira. A paisagem mudava, conforme a época do ano. Tanto podia ser de um verde intenso, como de um amarelo torrado característico de fim de verão. Mas era sempre diferente.
Chegado ao Rio, perdia-me por ali uma boa meia hora. Só eu e o silencio. Não se via viva alma.
Como eu gostava de fazer aquilo sozinho.
Uma vez aí, tinha duas alternativas: Ou atravessava o rio e seguia até à Reigada e que era o trajecto mais usual nos meses mais quentes ou seguia pela margem esquerda do rio onde, por passagem de difícil acesso, vinha desembocar nas ruínas das casas da antiga hidroeléctrica e daí até à ponte que liga Figueira C. Rodrigo a Pinhel pela EN 221, sempre pela margem esquerda, que era o que mais gostava de fazer (e tinha que fazer), sobretudo na época invernal.
Desde à uma boa meia dúzia de anos isto deixou de ser possível devido à construção de um enorme paredão no rio, exactamente no mesmo local onde em tempos já existira um outro da Hidroeléctrica.
Agora, quando descemos pela calçada romana o que vemos é um enorme lençol de água, que vai muito acima das ruínas da velha ponte romana (a de Cinco Vilas e que é mostrada na imagem abaixo).
É para mim uma das zonas mais espectaculares do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, embora inacessível para a grande maioria.
Lembro-me de, à uns bons anos atrás, andarmos com as bicicletas às costas pelo actual paredão, ainda em construção.
Numa outra ocasião, em volta que os intervenientes jamais esquecerão, depois de descermos a calçada romana e nos termos deparado com enorme lençol de água, andámos com as montadas de penedo em penedo, onde por certo nem as cabras se atreveriam a passar, mais de duas horas em desespero total, até conseguirmos transpor o tal paredão/açude. Ainda hoje tenho marcas nas pernas provocadas por essa passagem.
Há muito tempo que andava com vontade de "descobrir" uma nova passagem para a outra margem.
Aconteceu ontem.
Perto das 9,00 horas saímos de Figueira em direcção a Vilar Torpim, com passagem pela Reigada e daí até Cinco Vilas, de onde descemos em direcção ao Rio Coa, progredindo depois pela sua margem direita, onde podemos apreciá-lo em toda a sua plenitude e que, de todo, eu desconhecia.

(Pela margem direita do Rio Coa)

(Pequeno açude no Rio)

(Prosseguindo pelo vale do Coa)

(Apreciando a paisagem)

(A progressão, não sendo difícil, impunha alguns cuidados não fosse algum pedregulho danificar o material)


(Ao fundo, as ruínas da velha ponte romana)

(Enquanto um limpava o equipamento os outros apreciavam a paisagem)

(Atravessando o Rio por largo açude)











(Imagem cedida pelo Pedro Tondela)

(Imagem cedida pelo Pedro Tondela)

 (Imagem cedida pelo Pedro Tondela)

 (Imagem cedida pelo Pedro Tondela)


 (Imagem cedida pelo Pedro Tondela)

No açude de Vale de Madeira foi pura diversão. Todos repetiram a passagem. 
De inicio alguns cuidados, mas depois do Pedro Alcides ter passado, foi a diversão total. Foi o ponto alto do passeio.


Após o açude tínhamos duas opções: Ou tomávamos a calçada romana em direcção a Pinhel, ou seguíamos o alcatrão até Vale de Madeira. Optámos pelo alcatrão. A calçada ficou para uma próxima oportunidade.
Foi penar a bem penar até Vale de Madeira (Pinhel).

(Em Vale de Madeira)

(Pormenor de casa típica em Vale de madeira)


Em Vale de Madeira progredimos em direcção a Quinta Nova (Pinhel), onde não entrámos,  virando em direcção a nascente - à Srª de Monforte, onde por íngreme e violenta descida chegámos novamente à margem esquerda do Rio Coa.
(O Pedro Alcides sujeito a trabalhos forçados, demonstrando como se substitui uma câmara anti furo!!!)

(Perigosa descida em direcção ao Coa)

(Pormenor da Paisagem junto à Srª de Monforte)

(O leito do Rio Coa, com a Marofa ao longe)

(Na EN 221, sobre a ponte que liga Figueira C. Rodrigo a Pinhel)

(Em direcção ao Milheiro)

Chegados à Estrada Nacional e como o pessoal acusava alguma falta de água decidimos rumar até ao lugar de Milheiro onde reabastecemos seguindo depois até ao Colmeal velho (aldeia fantasma).


(Na aldeia fantasma do Colmeal)

No Colmeal largámos o nosso repórter que preferiu seguir por alcatrão até Figueira, enquanto o restante grupo penou Sarzeda acima até à base da Marofa e dali até Figueira C. Rodrigo onde deu por findo este dia de puro e duro btt.

Volta do mais espectacular que se pode fazer pelo concelho de Figueira de Castelo Rodrigo e que, por certo, irá entrar no roteiro das nossas voltinhas domingueiras. Pena que só possa ser feita em época estival ou quando o rio apresentar um caudal mais reduzido.

Foram intervenientes nesta aventura:

Carlos Gonçalves
Alcides Lopes
To Condesso
Carlos Russo
Pedro Tondela
Luís Santos
Tó Bastos (que foi o repórter de serviço e que após longa ausência, por todos sentida, se juntou finalmente ao grupo).


Resumo do dia:

Distancia percorrida: 47,50 Km
Em 4,25 horas
parados: +/- 55 minutos;
Acumulado ascendente: 1209 m
Acumulado descendente: 1172 m

      Altimetria















Nota: as imagens e o vídeo apresentadas são da autoria do Tó Bastos e foram extraídas daqui

Pode visualizar ou descarregar o  Track aqui
 Nota: O track contem um percurso alternativo que é a calçada romana.

3 comentários:

  1. foi um grande percurso!
    gostei muito da parte onde voces passavam na agua! as fotos estao excelentes

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  2. No verão...no verão!!

    Têm de me levar a fazer esta volta. Simplesmente extraordinária.

    Boas voltas, pessoal.

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  3. É um privilégio ter um amigo como tu! Mostras-nos o nosso património para o podermos conhecer e preservar! Grande abraço

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