segunda-feira, 25 de junho de 2018

De Mêda a Trancoso para as Bodas Reais

Vou tendo cada vez menos tempo disponível para a bicicleta e isso reflecte-se na manutenção do blog.
 Saí de casa ainda não eram 7,00 horas, na mochila levava a muita vontade de pedalar e no tejadilho do carro a bicicleta , tendo como destino a cidade de Mêda.
Ao chegar ao Côa surpreendido com os avultados estragos provocados pela instabilidade meteorologia e consequentes trovoadas, que nos últimos dias tão severamente têm fustigado a zona e onde o calor já se fazia sentir de forma bem intensa, como que fazendo antever o que seria o dia velocipédico.
Na Mêda o dia começou com a degustação de umas rabanadas, gentilmente oferecidas pela sogra do Carlos Mata e que se viriam a revelar deliciosas, como acompanhamento ao café da manhã.
Após Marialva sentimos de forma dura e violenta a fragilidade humana dos espaços rurais: Uma idosa barrou-nos a passagem, gritando a plenos pulmões que aquilo era propriedade privada.
Após “duras” negociações e mútuas cedências lá conseguimos desbloquear a situação!...
Avançámos, mas por um caminho alternativo proposto e não por onde tínhamos planeado.
A idade avançada, o isolamento e o abandono, associado a algum maltrato fazem com que todo o estranho seja recebido de pedra na mão, com a mais profunda desconfiança.
Nestes encontros o mais difícil é a primeira abordagem, porque depois reflectem todas as fragilidades que as assolam.
Arrancar-lhe um sorriso foi meio caminho andado p/ o êxito das “negociações”!
Já depois da passagem pelos Cótimos "perdi-me" com o abandonado lagar de azeite sobre a ribeira com o mesmo nome e que merecia melhor destino.
A grande maioria dos passantes nem deu conta da sua existência!
Situado a uma cota de 890 metros, Trancoso impõe-se na paisagem e alcançá-lo não se viria a revelar tarefa fácil.
Dentro do burgo vimo-nos envolvidos em toda a animação (de época) das “Bodas Reais” que pretende recriar e rememorar o enlace matrimonial de El-Rei D. Dinis e Isabel de Aragão, aqui celebrado a 26 de Junho do ido ano de 1282, e à qual nos associámos.
Regressar à Mêda é que se viria a revelar tarefa difícil: Bem comido e bem bebido, o corpo a pender para a inércia e o sol a zurrar na perpendicular a última coisa que me apetecia fazer era mesmo pedalar.
Vencido o ócio e as dificuldades iniciais, os trilhos voltariam a exibir-se ao melhor nível.
No final do dia o saldo viria a revelar cerca de 75 Km para um acumulado de subida a rondar os 1 500 metros, por intensos trilhos.
 Com dias assim até me esqueço das dividas!

Um grande bem-haja ao pessoal de Mêda que tão bem nos soube receber!


P.S. - O percurso é todo ele extremamente prazeroso, embora algo exigente, quer em termos físicos quer em termos técnicos. Muitos pontos de água. Apenas algum cuidado com os cães, em especial junto de habitações isoladas.

Podem visualizar ou descarregar o TRACK aqui:


Algumas imagens:

















(Lagar de Azeite - Cótimos - Quando o visitei pela primeira vêz)



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