segunda-feira, 10 de julho de 2017

E-BIKES

A FOCUS, através da sua representante BIKE STUDIO (Covilhã), proporcionou-nos ontem um teste às suas “eléctricas” de “All-mountain”.
Cumpre, desde já, referir que as máquinas que nos foram propostas se nos apresentaram, em quase tudo, identicas às que usamos regularmente nas nossas incursões “bttisticas”,pelo que a adaptação às mesmas se viria a revelar extremamente fácil.
Bicicletas do tipo pedelec, isto é bicicletas cuja activação do motor depende do movimento da pedalada, com diferentes níveis de assistência.
P/ mim estava reservada a “THRON”. Uma “all-mountain” 27,5 que se apresentou com uma suspensão de 120 mm, transmissão XT e motor de auxilio BOSCH. No guiador, para lá dos selectores da transmissão e travões, estava ainda incorporado um selector de comandos para os vários níveis de assistência à pedalada, monitorizados através de um pequeno ecrã, colocado na zona central do mesmo. E foi com esta máquina que iniciei a incursão pelos exigentes trilhos da Serra da Marofa, que testei até bem próximo da serra do S. Marcos.
Foi a máquina que menos me impressionou. Aliás até se me pareceu mais vocacionada para uso urbano.
Na serra do Reborêdo saltei para a JAM 2. Uma FS de medidas generosas e equipamento a condizer, preparada para grandes aventuras, capaz de nos servir adrenalina em doses qb. Do generoso equipamento consta uma forquilha RockShox Sector Silver RL, com 140 mm de curso, amortecedor RockShox Monarch RT, transmissão XT, com comutador eléctrico na retaguarda e motor auxiliar da Shimano. Nas rodas estavam montados uns generosos pneus 2.4, da Continental, capazes de enfrentar todos os tipos de piso e proporcionar índices de conforto muito elevados.
Máquina fabulosa, quer a subir quer a descer, capaz de nos elevar a adrenalina para índices que julgava inalcançáveis. Especialmente a subir, onde atingi velocidades capazes de envergonhar qualquer pró. A descer é, simplesmente, fenomenal, haja um bom kit de unhas. Precisa, confortável e fiável.
O motor auxiliar revelou-se outra agradável surpresa. Extremamente silencioso e sempre solícito.
O grande óbice destas máquinas é que o motor “corta” quando são atingidos 25 Km de velocidade instantânea. Nos trilhos planos facilmente se atingem valores desta grandeza, pelo que para manter a cadência acima deste valor é necessário fazer uso da massa muscular. E é nestas situações que sentimos os mais de 20 Kg destas fabulosas máquinas.
Esta máquina tem, ainda, a grande vantagem de se lhe poderem adicionar até duas baterias extra com um simples clic, prolongando o seu raio de acção para limites bem acima dos 100 Km.
Terminei o dia velocipedico com a JARIFA, uma velha conhecida (embora eu nunca a quisesse experimentar), ligeiramente “kitada” e que já vinha fazendo as delicias da rapaziada nas íngremes ruas da Covilhã.
Trata-se de uma rígida, muito simples, equipada com o XT da Shimano e forquilha Suntour, que mais parecia um adereço. Acoplado estava um fabuloso motor desenvolvido pela BOSCH.
Muito complicado definir as sensações “vividas” em cima desta máquina. Das três foi a que se apresentou com motor mais nervoso e capaz de debitar aquela potencia extra capaz de te por a trepar como se estivesses em cima de uma moto DT. Subir desde o Colmeal até à Marofa foi vertiginoso. 
Eu não acreditaria ser possível subir a velocidades tão elevadas.
Com outros componentes e ficaria apaixonado por esta máquina. O facto de ser a mais leve das três também contribuiu, em muito, para me “sentir” um verdadeiro campeão!
Nem quero imaginar como se comportaria a JAM 2 com o motor da JARIFA!
Foi o meu primeiro contacto com e-bikes. 
São perfeitas, ou melhor, estão perfeitas? Na minha modesta opinião ainda têm muito que evoluir para chegarem aos patamares das “convencionais”. 
Mas não restem duvidas que o futuro das bikes passa por estas máquinas.
O grande óbice é mesmo o seu peso excessivo e reduzida autonomia.
Contrariamente ao que muitos dizem, sou de opinião que a redução de peso vai contribuir, em muito, para o aumento da autonomia das suas baterias. Pelo que vou lendo sobre o assunto, estará para muito breve a introdução de novos materiais na sua concepção, mais leves e mais compactos.
Estou em crer, ainda, que o sistema de transmissão destas máquinas vai evoluir para mecanismos semi-automáticos ou mesmo automáticos.
Quanto a preços. Os das máquinas testadas, oscilam entre os 3 e os 6 mil euros. É muito?
Depende da perspectiva de cada um. Eu era muito bem capaz de perder a cabeça!
Vou aguardar apenas pela sua "democratização" e consequente redução de preços e..., porque não, pela sua evolução!
Haverá sempre uns "puristas" ou  "fundamentalistas" que irão considerar estas máquinas "um pecado mortal".
Também os "puristas" do btt diziam, há uns anos atrás, que jamais se renderiam às bikes de estrada, e no entanto ...de puristas da modalidade a virtuosos da estrada foi apenas um saltinho!

P.S. - Não se iludam. Se não estiverem em forma, com uma e-bike, vão continuar a apanhar valentes "empenos", pois a e-bike apenas vai fazer com que se entusiasmem e cumpram o trajecto mais depressa. O empeno será, por certo, ainda maior!



(THRON)



(JAM 2)



(JARIFA)

3 comentários:

  1. Muito interessante, já tinha vindo a seguir e-bike da Giant com motor mais discreto rondando os 5000€, não tendo grande perceção das apresentadas, acho que num futuro próximo, tirando a competição pura e dura, as voltas de lazer e domingueiras vão ser com estas máquinas e certamente mais cedo ou mais tarde, vamos nos adaptar. Vermiosa BTT

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    1. Sem duvida que o futuro das bikes passa por este tipo de máquinas. Ainda não são muito apetecíveis e ainda têm que evoluir muito, sobretudo a nível da redução de peso e aumento de autonomia.
      Se te for dada a oportunidade de experimentar uma, não percas a oportunidade e, garanto-te, que vais ficar maravilhado com o comportamento destas máquinas. Abraço

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  2. Deixaste-te seduzir pelo "lado negro da força". O próximo passo será uma Kawasaki ;-)

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