sexta-feira, 30 de março de 2012

Transporte de bicicleta

Julgo que um dos grandes problemas da rapaziada que leva o xc mais a sério é o transporte da bicicleta. O mais consensual é, sem duvida, transportá-la no tejadilho da viatura. Só que com os suportes colocados no tejadilho das viaturas o máximo que se consegue assegurar é o transporte até três bicicletas.
Como o nosso grupo está em franca expansão não temos tido outra alternativa senão deslocar-nos em várias viaturas, o que se tem vindo a traduzir num aumento de custos e como a gasolina\gasóleo não tem parado de aumentar, houve necessidade de repensar o transporte e os respectivos encargos de deslocação.
Andava lá por casa um velho chassis de um atrelado que veio sabe-se lá de onde. Já à uns anos atrás tinha idealizado converter aquele chassis num atrelado, só que tinha esbarrado nos custos de tal transformação. Kit de luzes, metalomecânica e mão de obra tinham ditado o abandono do projecto. 
Ainda não havia estas lojas de conveniência!
Desta vez velho chassis transformou-se com a preciosa colaboração do amigo Alcides Lopes, administrador da JRL - José dos Reis Lopes, a que juntámos um kit de luzes que adquirimos no vêtimarché e aqui está o nosso atrelado, que irá permitir o transporte de cinco bicicletas.
Extremamente simples aqui está ele prestes a ser inaugurado. 
Irá ser utilizado à manhã na deslocação até à Guarda, onde nos espera o amigo Miguel Saraiva para mais uma "expedição" até ao Soito.
Aqui ficam umas fotos tiradas à pressa.









Ainda necessita de um sistema "anti-roubo" que teremos que estudar com mais detalhe.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Maratona de Meimão, 25 de Março de 2012

Ontem fomos desentorpecer as pernas para o Meimão.
O Meimão é uma pequena freguesia do concelho de Penamacor, localizada a meio caminho entre o Sabugal e a sede de concelho, "entalada" a norte pela barragem do Sabugal e a sul pela barragem da Meimoa, julgo que em plena reserva da Malcata, ou pelo menos no seu limite.
De Figueira saíram seis carunchos: Eu, o Luís (chapeiro), o Tó Condesso (que apanhámos em Vilar Formoso), o Pedro Alcides, o Pedro Fresta e o Ricardo.
A mudança para a hora de verão veio a provocar alguma incerteza em alguns elementos do grupo mas nada que inviabilizasse a chegada atempada ao local de destino.
Por volta das 8,30 horas já estávamos a levantar os dorsais.
Quanto à Maratona\passeio:
Organização e logística sem falhas aparentes a primar pela simpatia como é de bom timbre nestas alturas. 
Em resumo: Perfeita ou pelo menos sem falhas aparentes. Tudo muito profissional. Secretariado, balizas\barreiras, arcos de meta e de partida, etc..
Devo confessar que gosto particularmente desta zona, em especial das suas gentes. Gente que sabe como receber e que pratica activamente a solidariedade e a entreajuda.
Não é fácil organizar um evento com esta dimensão numa pequena aldeia do interior. O que é certo é que o Meimão se "engalanou" para receber este evento organizado pelos "Trepa Serras".
Seria bom que alguns iluminados cá do burgo se deslocassem até ao Meimão para constatarem "in loco" o que são os princípios da solidariedade, de entreajuda. E sobretudo ver como é que se trabalha em equipa.
A fazer fé na lista de inscritos estariam presentes cerca de 300 participantes.
Os trilhos estavam muito bem marcados com fitas e  cal no solo, pelo que dificilmente permitiam enganos.
Óptimo dia  para a pratica da modalidade com um dia soalheiro, com temperatura a rondar os 20 graus.
O maior inimigo dos participantes foi o excesso de poeira, que se fez sentir ao longo dos percursos e de forma muito intensa no seu inicio.
A escolha dos percursos foi dentro do que é normal. Muita subida e muita descida.
Na divisão de percursos, após alguma hesitação, optámos pelo percurso mais curto, com a excepção do Pedro Alcides que seguiu para a maratona.
Em termos físicos foi dentro dos parâmetros ditos normais. Muito exigente para o pessoal que alinhou na maratona (a avaliar pelo estado em que chegou o Pedro Alcides não deve ter sido nada fácil).
Em termos técnicos absolutamente banal.
Quanto ao resto: Boa disposição dentro do grupo e pouco mais.
A registar apenas um furo lento na minha montada mas nada que impedisse a chegada ao final.
Nota muito positiva para o repasto: Porco no espeto e chanfana, esta última espectacular.
O grande problema deste evento (e de outros que são organizados nas aldeias) são os banhos. Eu não consegui tomar banho (embora tenha tentado). A água estava tão fria!...
 Depois de termos vagueado mais de uma hora pela aldeia lá nos decidimos pelo edifício dos bombeiros, que nos cederam as suas instalações (camarata).
Para já não há fotos do evento. Assim que conseguir algumas actualizarei este "post".

Os tracks dos percursos podem ser visualizados aqui

Pode visualizar um Vídeo aqui

Aqui ficam algumas fotos retiradas daqui e daqui


(Pormenor na recepção dos participantes. Tudo muito profissional)


(Fontanário)
 (Partida)
 (Os carunchos a abrir ...)

(Mais uma incidência da partida!!!)


(Se com uma já é dificil imaginem com duas!!!)


(A lebre do Luis!!!)






 (No primeiro reabastecimento)

(No segundo reabastecimento)

(Vejam como se pedala pelo Meimão!!!)

 (O porco já no tacho)

(A chanfana)

 (Chegando à meta)




segunda-feira, 19 de março de 2012

GR 14.1 (Sendo del Agueda)

Quando em finais de 2008 "descobri" esta GR estava bem longe de imaginar que estaria na presença de um do mais espectaculares trilhos que se podem fazer em bicicleta de todo o terreno.
É o trilho perfeito para aqueles que gostam de desfrutar e explorar todas as potencialidades da sua montada, tenham para isso coragem.
É o trilho certo para conhecer os limites da máquina e do seu tripulante.
Não me vou perder muito em descrições nem em adjectivos!...
As marcações desta GR aparecem imediatamente após a passagem da Ribeira dos Tourões, quando transpomos a fronteira, na estrada que liga a aldeia portuguesa de Escarigo a La Bouza, em Espanha, pelo que se torna extremamente fácil segui-la até Barca de Alva. Apenas alguma atenção em Hinojosa de Duero, onde vai entroncar na GR 14 (Senda del Duero) por onde se progride até La Fregeneda e daí até ao cais de Vega Terrón na "desembocadura" do Rio Águeda.
Já devo ter efectuado o Sendero do Águeda umas cinco ou seis vezes, talvez até mais.
A descida (e a subida) à Ponte dos Franceses é sempre um momento único.
Enquanto não produzimos o nosso próprio vídeo da descida para a "Puente de los Franceses" deliciem-se com esta excelente gravação feita pelo Tiago Lages em Fevereiro de 2011 aqui.
Mas a verdadeira marca da GR 14, quanto a mim, é mesmo a ligação de Hinojosa a La Fregeneda. Aqui não há meios termos: ou desfrutamos do equipamento que temos em mãos, haja coragem para tal, ou vamos apeados. Neste troço já rebentei pneus, tive uma (ou duas) queda, já aqui parti um GPS que me saltou do suporte e, sobretudo, ja aqui tive (e vou continuar a ter) muitos arrepios.
Devo reconhecer que a grande maioria do pessoal faz isto com algum enfado, o que aceito, pois o receio de queda é enorme.
Mas o Sendero do Agueda não é só btt.
Recomenda-se uma visita ao museu do azeite (lagar del mudo), localizado à entrada de San Felices de los Gallegos.
Lagar de varas, totalmente recuperado, onde se podem ver as tulhas (depósitos de azeitonas), duas grandes varas de prensagem, a caldeira, as tarefas (decantadores e instrumentos de medição etc.) e outros elementos decorativos que constituem, no seu conjunto, um exemplo raro de tipologia similar à dos antigos lagares romanos.
Também merece visita o torreão onde existem algumas peças de artilharia militar, distribuídas por dois ou três pisos,  (ver galeria de imagens abaixo indicada) e de onde se desfruta de excelente vista sobre a aldeia.
Em Sobradillo degustamos sempre uns "pinchos" (petiscos) no café que está mesmo junto à torre. Pode parecer fechado, mas basta empurrar a porta e verificamos que está apinhado de espanhóis ruidosos.
Em resumo: Bons trilhos e excelentes paisagens, em especial nesta época do ano.
Quanto ao passeio de ontem:
Compareceram cinco carunchos: eu, o Luís (chapeiro), Condesso, Pedro Alcides e o Filipe, companheiro que ocasionalmente se junta à rapaziada.
Sem incidentes de maior a registar, apenas um raio partido na roda traseira da bike do Pedro Alcides e um furo lento na montada do Luís.
Muita atenção à descida da Ponte, pois pareceu-me estar em manutenção. Tem pelo menos duas curvas muito degradadas (arrancaram o cimento) a obrigarem a atenção redobrada e a exigir muita destreza.
Em caso de hesitação devem ser feitas de forma apeada.
De resto tudo na mesma. a descida até à ponte ferroviária continua muito perigosa, exigindo sempre muita atenção.
Ontem, pela primeira vez iniciámos e terminámos em Figueira à excepção do Filipe que, por motivos de natureza familiar, terminou um pouco depois de Barca de Alva.
Tendo em atenção o que anteriormente foi dito, e antecipando a dureza do percurso saímos de Figueira por volta das 9,30 Horas. Até Puerto Seguro praticamente não pisamos terra. O mesmo acontecendo desde Barca de Alva até Figueira.
Trilhos a doer só mesmo desde Puerto Seguro até Vega Terrón.

Resumo do dia:
Distancia percorrida: +/- 90 Km
Em: 6,09 Horas
Velocidade média: 14,6 Km/h
Acumulado ascendente: 2031 m
Acumulado descendente: 2007 m


Gráfico de Altimetria

Pode visualizar o percurso, através do Google Earth (track) aqui
Nota: se sentirem dificuldades em visualizar o track usem o Mozila Firefox pois funciona melhor do que o Explorer.

Algumas fotos:

             (Da esquerda para a direita: Condesso, Carlos, Filipe, Luis e Pedro)


                              (O que faz o Luis para largar ... peso!!!)

                   (O Pedro Alcides descendo em direcção à Ponte dos Franceses)

                                 (Idem, para o Luis e Filipe)

                           (O Grupo na famosa "Puente de los Franceses")


(O caminho também se faz penando!!!)

(O caminho visto do outro lado da arriba)


Pois é meus amigos: o improvavel também acontece. O Luis (e os restantes) depois da procissão onde teve a honra de transportar o pálio!...

                                    (No museu do azeite, em San Felices)

                                 (Provocando a concorrencia!!!...)


(Nada impressionado com o tamanho ... da munição!!!)

                                      (Penando pela calçada ...)

(Como ninguem fotografou o autor, ei-lo em acção. Foto do Bastos, tirada em 2011)


                                      (No museu do azeite - capachos)

                                   (O Filipe ultrapassando mais um obstaculo)



(Mais uma vez o Filipe)


(O descanso do guerreiro)

Mais fotos do passeio de ontem aqui
Este album também possui fotos de edições anteriores, nomeadamente duma voltinha que fiz com o Bastos e com Tó Zé (meu amigo o que é feito de ti, vai dando noticias).
Em 2009 fizemos este percurso com um grupo de amigos, que vieram expressamente da Guarda para o efeito. Quem tem fotos desse percurso? Agradecia informação.