quarta-feira, 3 de julho de 2019

Vou-me à feira de Trancoso ...

Qualquer época do ano é boa para (re)visitar as "Aldeias Histórias" e a feira medieval de Trancoso constituiu apenas um pretexto para a sua (re)visitação.
Não digo que este certame, que pretende também rememorar o enlace matrimonial de El-Rei D. Dinis e Isabel de Aragão, aqui celebrado a 26 de Junho do ido ano de 1282, seja um regresso ao passado e à idade Média e que mereceu citação de Gil Vicente no Auto que dedicou a Mofina Mendes: «Vou-me à feira de Trancoso/logo nome de Jesu/ e farei dinheiro grosso/ Do qu'este azeite render/ comprarei ovos de pata/ que é a coisa mais barata/qu'eu de lá posso trazer. E estes ovos chocarão/ cada ovo dará um pato/e cada pato um tostão/Do qu'este azeite render/ que passará de um milhão/ e meio a vendar barato.»

500 anos depois, o visitante, por certo, não virá a Trancoso para ganhar dinheiro, mas sim para gastar algum ...
A urbe fomos encontrá-la a fervilhar de gente, em cenários de "Idade Média". Muita animação de rua, musica de inspiração medieval e, sobretudo, muita tasquinha, onde sempre se pode matar a sede e aconchegar o estômago.
A cintura amuralhada que rodeia a antiga vila medieval inclui um vasto património arquitectónico civil e religioso, que lhe confere uma imagem única, merecedor de demorada visita, que não pode terminar sem antes apreciar as famosas "Sardinhas Doces", de origem conventual, em forma das ditas manjuas, que lhe conferem o nome.
Foi em modo "passeio bttistico" que (re)visitámos Trancoso. 
O pessoal de Mêda, que organizou o evento, chamou-lhe a "IV Mítica Mêda - Trancoso - Mêda".
P/ o grupo estava reservado um fabuloso percurso circular, com inicio e termo em Mêda, com cerca de 70 Km e um D+ a rondar os 1 550 m, algo exigente em termos técnicos, com os menos atrevidos a desmontar algumas vezes, feito em ritmo moderado, com passagem pela aldeia histórica de Marialva e outros locais tão recônditos quanto inesperados, tais como Porcas, Pisão ou Valcovo.
Em Trancoso, cujo acesso à zona amuralhada seria feito pela "Porta da Traição", que nos permitiu circular por estreitas ruelas, decoradas com frondosas hortênsias, onde pouco mais cabia do que a bicicleta. Simplesmente delicioso.
E que dizer do farto repasto: Três horas para hidratar à base de sangria e cerveja e trinchar uns deliciosos "nacos" de vitela e umas tiras de "entremeada".
O (difícil) regresso a Mêda foi feito pelo parque Eólico de Cabeço D'Oiro, tendo a barragem de Terrenho como pano de fundo e ainda pelas aldeias de A do Cavalo, Casteição e Pai Penela.

Regressei a casa de barriguinha cheia!

Podem visualizar ou descarregar o TRACK aqui

Algumas imagens:
























Video do Passeio, elaborado Pelo Carlos Gabriel: