terça-feira, 22 de outubro de 2013

Por Terras de Riba Côa (no Parque Natural do Douro Internacional)


Riba-Côa constituía, nos Sec. XII-XIII, o extremo ocidental da "Extremadura" Leonesa, limitada a norte pelo rio Douro, a oeste pelo rio Côa (Cuda), a sul pelas serras da Cordilheira Central, "transerra", e "por la parte oriental la separacion de la extremadura Castellana se verificó más tarde y de un modo más convencional, ya que no se apoyaba claramente en la topografia, por el norte propriamente comienza donde termina la jurisdiccion de Zamora y de Toro"
Actualmente a designação de Riba-Côa, Riba-de-Côa, Cima Côa ou Raia aplica-se a toda a região do extremo oriental do Distrito da Guarda, disposta no sentido norte sul, limitada a norte pelo rio Douro, a sul e ocidente pelo rio Côa e a oriente pela fronteira Luso-Espanhola.
Riba Côa ou Raia subdivide-se em duas zonas distintas: Raia Alta - Terra Fria - que integra um vasto território compreendido a  montante do rio Côa e Raia Baixa - Terra Quente - que integra o extremo nordeste do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, limitada a norte pelo rio Douro e a nascente pelo Rio Águeda e ainda parte dos territórios que eram pertença do extinto concelho de Almendra e que foram incorporados nos concelhos de Figueira de castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa.
Território Leonês até finais do Sec. XIII, 12 de Setembro de 1297, altura em que foi ocupado e posteriormente reconhecido território português pela assinatura conjunta de D. Dinis, por Portugal, e D. Fernando IV, pelo lado Castelhano-Leonês, naquele que ficou conhecido pelo Tratado de Alcanizes, o tratado fronteiriço mais antigo do mundo, ainda em vigor.

Esta crónica podia, de facto, começar assim!...

O parque Natural do Douro Internacional (PNDI), criado em 1998 com o objectivo de preservar e conservar todo um património natural de um e de outro lado das margens do rio Douro, abrange uma vasta área de cerca de 85 150 Ha que vai desde Barca de Alva, limite do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo até Miranda do Douro, do lado português e ainda do vale do Rio Águeda, afluente do Douro, onde vai desembocar em Barca de Alva.
Foi, pois, dentro deste vale de paisagens agrestes e acentuadas amplitudes térmicas que se desenrolou a nossa voltinha do passado domingo (21 de Outubro).
 Há muito que fazia parte dos planos mas só agora concretizada e em muito boa companhia, diga-se.
A volta perfeita para esta época do ano. Temperatura ambiente muito próxima dos 20 ºC, dentro dos parâmetros ideais para a pratica da modalidade e trilhos em condições perfeitas dada a precipitação ocorrida nos últimos dias. Melhor era impossível.
Então agora que descobrimos um trilho paralelo ao Rio Águeda, em pleno PNDI!... 

Apresentaram-se para fazer esta voltinha:
- Carlos Gonçalves;
- Carlos Russo;
- Pedro Tondela;
- Élio Simões, que nos veio apresentar a sua nova Cube 29er;
- Leonel Alves, grande amigalhaço, de Leira, que pegou na família e veio propositadamente ter connosco para fazer esta "voltinha".

A saída de Figueira deu-se pelos Ataúdes, lado nascente, em direcção a Mata de Lobos, que atravessámos, sempre a "mirar" as arribas do Águeda, em cujas fraldas andámos, seguindo-se Escalhão, alto da Sapinha, de onde se obtém vista privilegiada sobre o Douro, Barca de Alva e foz do Águeda.
Por vertiginosa descida até à Quinta da Fronteira e a margem esquerda do rio Águeda.
Já nas proximidades de Barca de Alva seguimos em direcção a Espanha, pela ponte rodoviária, que contornámos por entre os pilares acedendo à zona pedonal ribeirinha comum a ambos os rios e que nos haveria de conduzir até ao cais de Barca de Alva onde fizemos uma pausa para reposição de energias e aproveitámos para largar alguma roupa (de inverno).
O atravessamento do Douro fez-se pela ponte Sarmento Rodrigues, EN 221, até à Ribeira do Mosteiro e estrada do Candedo, paralela àquela, que seguimos até acertarmos com a famosa Calçada do Diabo (também conhecida por Santana), para o 1.º momento alto do dia.
Sempre em sentido ascendente alcançámos Poiares e um pouco depois o Penedo Durão que é tão só o miradouro mais espectacular que eu conheço.
Feita a inversão de marcha seguimos em direcção ao sol poente, sempre pelas abas do planalto transmontano, até ao "Assomadouro", outro miradouro natural e bem menos acessível, de onde se obtêm vista fabulosa sobre o Vale (encantado) do Douro e Barca de Alva, com retorno a Poiares para fazermos então a Calçada de Alpajares, a menos conhecida das duas por ali existentes mas bem mais exigente em termos técnicos, para mais uns arrepios e ... umas negras!
Fui duas vezes ao tapete, ainda que sem quaisquer consequências.
Nunca me senti tão aselha!
Nova passagem por Barca de Alva e nova reposição de energias no "Cantinho da Cepa Torta". O regresso a Figueira fez-se pelos Picões, seguindo o Track da Transportugal.
Em Figueira, onde chegámos deveriam ser umas 17,30 horas, nova reposição de líquidos e sólidos.

BRUTAL!

Algumas fotos:

(O primeiro azarado do dia)

(O nosso convidado de honra posando para a câmara, com o Penedo Durão e o Assomadouro lá ao fundo)


(Na "Savana" de Cima Coa - Entre Mata de Lobos e Escalhão)


(No alto da Sapinha)

(Foto do grupo - Alto da Sapinha, Escalhão)


(Zona ribeirinha, em Barca de Alva)


(A melhor azeitona do mundo!)


(Na estrada do Candedo, junto à Ribeira do Mosteiro, em direcção à Calçada da Santana)


(Indicando a direcção a seguir)

(Na calçada do Diabo)

(Trepando pela Calçada do Diabo)


(O descanso dos guerreiros, em Poiares - Freixo Espada Cinta)


(Esta nem precisa de legenda!...)


No miradouro do Penedo Durão, com o Douro ao fundo)


(Foto de grupo - Penedo Durão)

(Panorâmica do Penedo Durão)


(Panorâmica - Assomadoro - Ao fundo o Douro e Barca de Alva)


(Panorâmica - Desde o "Assomadoro")

(Pela Calçada de Alpajares - Poiares, Freixo Espada Cinta)


 (Picões - Escalhão)


Resumo do dia:

Distancia percorrida: 88 Km
Acumulado positivo: 2157 m
Acumulado negativo: 2188 m
Velocidade média: 14 Km/h

Gráfico de altimetria:
















Podem visualizar ou descarregar o Track do percurso aqui