Num fim-de-semana prolongado em
que o País parou para gozar o sol, uma das sugestões velocipédicas proposta
passava pela realização de mais uma edição da GR 14.1 e que seria a primeira do
ano.
Não esperávamos grande adesão pois
os 90 Km
propostos, aliados aos 2100 m
de acumulado de subida, são sempre algo intimidantes.
Dos oito participantes apenas o
Rui Daniel e o Júlio Canteiro, vindos de Torre de Moncorvo, o iriam percorrer
pela 1.ª vez.
Como já vem sendo habitual a
ligação Figueira C. Rodrigo\Almofala\Escarigo\La Bouza\Puerto Seguro foi
feita por alcatrão, com excepção de dois pequenos troços, imediatamente antes
das localidades de Escarigo, ainda em território luso e de Puerto Seguro, já do
outro lado da fronteira.
Serão cerca de 23 Km feitos em jeito de
aquecimento, percorridos de forma animada e muito descontraída.
Logo após Puerto Seguro o trilho,
que faz a ligação a San Felices de los Gallegos, encaminha-se para o “Cañon del
Águeda” só transposto pela famosa “Puente de los Franceses” e onde os mais
afoitos libertaram as primeiras doses de adrenalina na perigosa descida que lhe
dá acesso.
Sobre a ponte a paisagem continua,
simplesmente, deslumbrante. A jusante do rio foi possível observar numerosa
colónia de grifos que por ali vai nidificando e a montante a pequena central
hidroeléctrica, que há mais de 120 anos vai gerando electricidade para estes
pequenos aglomerados populacionais, ainda em plena produção mercê do forte
caudal do rio, não obstante estarmos em plena época estival.
Este pequeno complexo
hidroeléctrico tem a particularidade de ter sido inteiramente projectado e
concebido por portugueses, fornecendo energia eléctrica a Escarigo desde os
finais do Sec XIX.
Uma vez na ponte tornou-se
necessário superar o empinado do caminho para chegar a San Felices de los
Gallegos e onde só os mais capazes tecnicamente brilharam. Aos restantes mais não
restou do que fazê-la de forma apeada!...
San Felices de los Gallegos transpira
de história transfronteiriça que se reflecte nas suas estreitas ruas, que
calcorreámos a fim reabastecermos de água fresca na Plaza del Caño.
Já próximo de Sobradillo as
ruínas do convento franciscano de Santa Marina de la Seca continuam a sobressair
numa imensa tela verde que tem como pano de fundo Castelo Rodrigo e as Serras
da Vieira e Marofa e, mais próximas, as arribas do Águeda e a capela de Santo
André (Almofala).
Em Sobradillo uma paragem
(técnica) para hidratação e degustação de uns “pinchos” e umas “cañas”!
Até Hinojosa de Duero
o trilho vai fazendo as delícias da rapaziada. Sem ser muito rigoroso
fisicamente exige, no entanto, alguma destreza no controlo da montada.
Um bom teste para as suspensões e
pneus!
Em Hinojosa de Duero, como
habitualmente, seguimos as marcas da GR 14 – Senda del Duero, em direcção a La Fregeneda, por trilho
descendente, extremamente técnico, de encontro à antiga ponte ferroviária sobre
a ribeira de Froya (junto à desactivada estação de La Fregeneda) e onde, não
raras vezes, vão acontecendo umas quedas, sempre violentas.
Em La Fregeneda seguimos
as marcas na direcção de Valicobo (quinta), autentica varanda sobre o Douro
português, Barca de Alva e foz do Águeda.
Aqui se produzem muitas fotos de
“capa”!
Em Barca de Alva nova paragem p/
hidratação e reposição de energias.
A ligação Barca de Alva\Figueira
de castelo Rodrigo foi feita pela EN 221 que, julgo, foi a opção mais sensata
pois os termómetros marcavam uns escaldantes 36 ºC e subir até Castelo Rodrigo,
pelos Picões seria um autêntico suplicio, evitável.
Faço esta GR desde 2008, sempre
irrepreensível quer em marcações, quer em manutenção. Uma
referencia.
Desta vez deparámo-nos com um
total desleixo e muita degradação.
É certo que o Inverno prolongado e
chuvoso tem favorecido um anormal crescimento vegetativo mas isso não pode
servir para tudo desculpar. Painéis informativos descuidados, partidos e maltratados,
marcações ocultas e semi-destruidas foi o que nos foi dado observar.
A falta de manutenção e limpeza
do trilho começa a sentir-se logo na descida para a Ponte dos Franceses e assim
se vai mantendo ao longo de todo o trajecto.
O “tramo” entre Hinjosa de Duero
e La Fregueneda
mais umas semanas fica intransitável, com as silvas e as giestas a tomarem
conta do trilho de forma irreversível. A evitar em incursões futuras.
Como alternativa aconselha-se o
atravessamento de Hinojosa, seguindo as marcações\sinalética da GR 14.1 até ao
seu término, na Barragem de Salto de Saucelle, de encontro à EN 221
prosseguindo depois na direcção de Barca de Alva.
O trilho é bastante técnico mas vale bem a deslocação, pois as vistas
sobre o vale serão uma soberba recompensa.
Apesar destas pequenas
contrariedades é sempre bom fazer uma incursão por estes fabulosos trilhos.
Resumo do dia:
+/-
90 Km
(extremamente relaxados);
Acumulado
de subida: +/- 2100 m
Acumulado
de descida: +/- 2100 m
Tempo
total: +/- 9,30 horas (com paragens)
Alguma dificuldade em arranjar onde repor a energia perdida. Quase por mero acaso fomos ao unico restaurante que encontramos aberto: "O Dias", onde nos foi servido um "Naco" de vitela que se apresentou DIVINAL. Autentico manjar dos deuses. Se puderem passem por lá. Atendimento simples mas afável e a preços convidativos.
Para aceder ao TRACK do percurso consultem no final de "post(s)" anteriores relacionados com a GR 14.1.
Algumas imagens:
Alguma dificuldade em arranjar onde repor a energia perdida. Quase por mero acaso fomos ao unico restaurante que encontramos aberto: "O Dias", onde nos foi servido um "Naco" de vitela que se apresentou DIVINAL. Autentico manjar dos deuses. Se puderem passem por lá. Atendimento simples mas afável e a preços convidativos.
Para aceder ao TRACK do percurso consultem no final de "post(s)" anteriores relacionados com a GR 14.1.
Algumas imagens:
(Penando em direcção a San Felices de los Gallegos)
(Bonsai - Oliveira em miniatura - Museu do Azeite - San Felices de los Gallegos)
(Atravessando San Felices)
(Foz do Águeda)
(Pormenor de hidratação - Barca de Alva)
(Ribeira de Aguiar - Ponte Romana)
(Términos - Figueira Castelo Rodrigo)
(Naco de vitela)
(Foto de grupo)
P.S. - Este espaço tem andado com bastante falta de manutenção, mas não esquecido.
O facto é que não tenho feito
percursos merecedores de nota de destaque. Apenas isso.
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