terça-feira, 17 de julho de 2018

A Volta do German - 2018

É já uma clássica.
É (apenas) a forma de receber o Pedro Nunes (alemão), durante as suas férias. Ele retribui, oferecendo-nos um almoço\jantar "Made in German" - cerveja e salsichas!
Este ano a rapaziada empolgou-se um pouco impondo a famosa “Ponte dos Franceses”, isto é quis repetir a GR 14.1 – Sendero del Agueda.
Já fiz tantas vezes este trilho que nem tinha previsto dedicar-lhe mais um “post” que fosse, pois nada acrescentaria ao já escrito anteriormente, julgava eu!
A despreocupação foi de tal grandeza que nem sequer me dei trabalho de recarregar a bateria da máquina fotográfica!
Pouco passaria das 8,00 horas quando seguimos o alcatrão, na direcção do Convento de Stª Mª de Aguiar, com passagem por Almofala e Escarigo, aldeias transfronteiriças portuguesas e La Bouza e Puerto Seguro, já do lado Espanhol, onde entraríamos verdadeiramente no trilho da GR 14.1.
A Ponte dos Franceses, imponente, como sempre, com a secular central eléctrica a apresentar-se inactiva, não obstante o rio exibir forte caudal.
Logo após San Felices de los Gallegos costumamos fazer um pequeno troço de calçada, paralelo ao caminho e que não terá mais de 800 m, um pouco técnico, a exigir alguma atenção na condução e onde um descuido, por mais pequeno que seja, ou uma inabilidade, podem provocar uma indesejada aproximação ao tapete. Nesta passagem aconteceu!
Em Ahigal de los Aceiteros a velha calçada constitui sempre motivo para os virtuosos exercitarem a sua destreza. Enquanto os mais afoitos largam os travões e participam, os outros assistem. Espectáculo garantido!
Em Sobradillo paragem técnica para reposição de sólidos e líquidos. É aqui que costumamos “pinchar” e tomar umas “cañas”, que é como quem diz beber umas cervejas e petiscar!
Mas foi também após Sobradillo que sentimos a degradação desta GR 14.1. Onde antes havia passagem viemos agora a encontrar arame farpado.
Quem somos nós para questionar estas situações do direito da propriedade privada e de que lado está a razão. Provavelmente todos terão a sua quota-parte. Quem marcou e que não deveria marcar, sem ter a certeza que o fazia dentro do domínio público ou se os privados que se vão “assenhorando” do que não lhes pertence.
Em futuras passagens bem teremos que progredir pelos alternativos!
O fabuloso troço que liga Hinojosa de Duero a La Fregeneda há muito que deixou de ter qualquer tipo de manutenção. Está a ficar completamente obstruído pelas silvas e pelo mato. Não é mais possível continuar a passar por ali. Conseguimos, mas sentimos extremas dificuldades, de bicicleta no ar, a bater as silvas.
A alternativa é: Após Sobradillo avançar por alcatrão até La Fregeneda e aí entrar novamente no trilho ou então prosseguir até Hinojosa de Duero, direccionar-se à barragem de Saucelle, seguindo as marcações da GR 14.1 até ao seu término, tomando depois a EN 221 até Barca de Alva.
Lamentavelmente sou obrigado a dizer que tenho que abandonar certos caminhos e este é um deles.
Definitivamente a GR 14.1 está a desaparecer. Lá, tal como cá, o desleixo vai-se impondo de forma irreversível!
Ontem, o dia até se apresentou algo fresco para a época do ano. Mas bem depressa as neblinas matinais se dissiparam. De tal forma que quando chegámos a Barca de Alva, animados pelo ensurdecedor canto das cigarras, a temperatura ambiente deveria estar um pouco acima dos 40 ºC.
Se fosse há uns anitos atrás nem constituiria entrave à pedalada e prolongaríamos e percurso até Figueira de Castelo Rodrigo. Sapientemente ligámos para a “assistência técnica” que nos recolheu. Apenas três “lobos da folha” cumpriram o percurso na integra.

São dias como este que, eternamente, me prendem à bicicleta!

Algumas fotos:

























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