Costumo dizer em jeito de brincadeira que não faço turismo na minha
aldeia.
E, no entanto, há sempre tanto para ver e fazer!
Assisti ao nascimento da GR 80 em Setembro de 2015 e desde então já a
repeti não sei quantas vezes.
E sempre que a faço não paro de me surpreender.
E, pelos vistos, não acontece só comigo, pois se assim fosse, no
passado Domingo, não se juntaria a mim uma dúzia de “maluquinhos” do pedal.
Há algo de mágico que nos empurra para estes trilhos que percorrem
ambos os lados da fronteira.
A meio da semana alguma apreensão pois as previsões meteorológicas não
agouravam nada de bom. As mais pessimistas apontavam para a queda de
precipitação em consequência da evolução do furacão Leslie, que atingiria
território continental sob a forma de depressão pós-tropical.
E efectivamente com a aproximação da tempestade, na noite de Sábado
para Domingo, o vento já se fazia sentir de forma intensa e, na manhã de
Domingo, o sibilar provocado pelas rajadas mais intensas parecia não constituir
um bom indicador e só a muito custo saí de casa, mais até para não defraudar as
expectativas do restante pessoal que por mim aguardava em Almeida.
Manhã que viria a exibir-se bastante fria, com o termómetro a apontar
para os 10.ºC, muita nébula e vento moderado, gerador de algum desconforto.
Algum cuidado na projecção da rota, eliminando troços mais monótonos que, quanto a mim, mais não
pretendem do que adicionar Km ao track.
Pouco passaria das 8,00 horas quando deixámos a praça forte de Almeida em direcção a
Vale de Coelha e à Ribeira dos Tourões (Toirões, na linguagem popular), que serve
de linha de fronteira e separa ambos os Países.
O trilho fomos encontrá-lo cuidado
e limpo, bem sinalizado e purgado das deficiências que lhe havia
apontado em passagens anteriores tais como a colocação de “mata-burros” junto
às porteiras fechadas. Não tivemos que abrir ou saltar uma única que fosse, o
que não deixa de ser confortável!
A meio caminho a primeira grande surpresa do dia: Um grupo de
“bttistas” do “Grupo de BTT El Pedal” que, sabendo da nossa passagem, pelas redes sociais, decidiu esperar-nos e acompanhar-nos até Ciudad Rodrigo, onde nos proporcionaram uma autêntica “visita-guiada”
pelo núcleo monumental da cidade, com especial destaque para a passagem pela zona
amuralhada que a envolve.
Percorremos a cidade de uma forma como nunca o havíamos feito.
E ainda nos brindaram com uns divinais “bocadillos”, acompanhados de refrescantes “cañas”, como complemento hidratante.
Impossível esquecer!
Ciudad Rodrigo, declarada conjunto Histórico-artístico, é uma velha
praça militar fortificada e as suas imponentes muralhas guardam riquíssimo
património de edifícios civis e militares, onde se destaca a catedral e a torre
de menagem. No exterior sobressai a velha ponte romana sobre o Rio Águeda
e o Mosteiro da Caridade, do Sec. XVI.
Tudo merecedor de demorada visita, que não concretizámos, nem íamos
para tal.
No final, em Almeida, ainda tentámos um lanche no “Granitus”, pois o
amigo Manuel Rodrigues havia-nos presenteado com umas botelhas de syria “Quinta dos Currais”, colheita de 2016, mas fomos simpaticamente informados que tal não seria possível em virtude de a cozinha estar encerrada.
Lá tivemos que "fazer boca" com uns pastéis de bacalhau e uns rissóis!
Feitas as contas, o saldo viria a revelar-se bem positivo e
altamente recomendável, tanto para os nativos como para os forasteiros!
Podem visualizar ou descarregar o TRACK aqui
Algumas imagens:
Reportagem pelo Júlio Canteiro:
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